Quem é o bilionário que causou guerra nos Jardins com obra em mansão

Atualizado em 31 de dezembro de 2025 às 14:07
João Adibe cercado por caixas de medicamentos da Cimed, sua empresa. Foto: Renatto Pizutto

João Adibe é o empresário por trás da mansão que virou foco de disputa judicial e revolta entre moradores dos Jardins, bairro mais valorizado de São Paulo. Presidente da farmacêutica Cimed, ele também passou a aparecer no noticiário esportivo como possível futuro presidente do Palmeiras.

Nascido em São Paulo em 1972, o empresário é neto de João Marques, um pioneiro no ramo farmacêutico no país e fundador do laboratório Prata na década de 1950. Adibe faz parte de uma família que já controlava 14 indústrias do setor na época e começou a trabalhar com 15 anos em uma empresa do pai, abandonando a escola.

Segundo a revista Forbes, Adibe tem patrimônio estimado em R$ 5,2 bilhões e ocupa a 86ª posição entre os mais ricos do país. A Cimed foi fundada em 1977, é a quarta maior indústria farmacêutica do país e vende itens como medicamentos, cosméticos e suplementos.

O empresário também atua como influenciador e tem 4,5 milhões de seguidores só no Instagram. Ele chegou a interpretar a si mesmo em uma novela da TV Globo para promover um produto de sua empresa, as vitaminas Lavitan.

João Adibe em cena da novela “Fuzuê”, da TV Globo. Foto: Reprodução

A obra de sua nova residência, descrita como de grandes proporções, é alvo de uma ação civil movida pela Associação dos Moradores dos Jardins. A entidade aponta que o projeto aprovado como reforma teria resultado, na prática, na demolição quase total de um casarão, com preservação apenas da fachada original.

O imóvel está localizado no Jardim Paulista, área estritamente residencial e submetida a regras urbanísticas rígidas. A associação afirma que a construção extrapola limites de altura, descumpre recuos obrigatórios e incluiu intervenções não previstas, como um segundo pavimento em edícula. Também são citadas supressão de vegetação, impermeabilização excessiva do solo e impactos diretos sobre imóveis vizinhos.

Segundo a ação, as obras teriam continuado mesmo após embargos do Condephaat e da Subprefeitura de Pinheiros. “Os vídeos em anexo demonstram com clareza a continuidade da conduta recalcitrante, irregular e mesmo ilegal dos réus”, afirma a petição inicial, ao relatar descumprimento de decisões administrativas.

Um dos vizinhos que alegam prejuízos é o banqueiro André Schwartz, CEO do banco Genial. Laudo técnico anexado ao processo aponta trincas e fissuras na residência, atribuídas à demolição quase integral do imóvel vizinho e ao uso de maquinário pesado durante a obra.

Trabalhadores durante a obra na mansão de João Adibe. Foto: Reprodução
Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.