
Celso Rodrigo de Mello, de 27 anos, empresário do setor de poços artesianos em Roraima, foi preso no último sábado (13) em Manaus, sob suspeita de envolvimento na fuga do deputado federal Alexandre Ramagem. Ele é filho do empresário e garimpeiro Rodrigo Cataratas, pré-candidato ao Senado por Roraima, e dono da empresa Cataratas Poços Artesianos, que gerencia em conjunto com o pai.
A prisão do jovem ocorre em meio às investigações sobre a fuga de Ramagem, que, em setembro, deixou o Brasil clandestinamente após ser condenado pelo STF a 16 anos e 1 mês de prisão por envolvimento em tentativas de golpe de Estado.
Celso já tem antecedentes criminais relacionados a crimes ambientais e lavagem de dinheiro. Em 2022, ele foi preso sob suspeita de exploração ilegal de ouro na Terra Indígena Yanomami, juntamente com seu pai e outras cinco pessoas.
A investigação, conduzida pela Polícia Federal, revelou um esquema de garimpo clandestino, resultando na apreensão de aeronaves vinculadas à empresa Cataratas Poços Artesianos. A Operação Urihi Wapopë, deflagrada em 2021, foi outra ação policial contra o grupo de Rodrigo Cataratas, sendo o filho de 27 anos também implicado.

O objetivo da operação era desarticular uma organização criminosa suspeita de operar garimpos ilegais na Terra Yanomami, uma área protegida. Na operação, aeronaves foram apreendidas na sede da empresa, evidenciando o envolvimento da família no esquema.
A prisão de Celso foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em relação à investigação que apura sua possível participação na fuga de Ramagem. Apesar de ter sido preso em sua residência e encaminhado à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, ele ainda não foi condenado e a defesa sustenta sua inocência.
Em relação à fuga de Ramagem, a Polícia Federal apurou que o deputado deixou o Brasil de maneira clandestina após uma viagem para Boa Vista. Ele seguiu até a fronteira, utilizando rotas que poderiam incluir a Venezuela ou Guiana, com destino final incerto.
Em meio a esses desdobramentos, o grupo familiar segue sob investigação. A empresa Cataratas Poços Artesianos, que figura no centro das investigações, também está sendo observada por possíveis envolvimentos em práticas ilegais relacionadas ao garimpo e à exploração de recursos naturais de forma não regulamentada.