Quem é o deputado que elogiou o golpe de 64 e sugeriu ação militar em defesa de Bolsonaro

Atualizado em 19 de julho de 2025 às 14:00
Coronel Chrisóstomo (PL-RO) disse ter “orgulho” das Forças Armadas de 1964 – ano em que o Brasil virou uma ditadura após o golpe militar. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) voltou aos holofotes ao sugerir, nesta sexta-feira (18), uma reação das Forças Armadas após a nova operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante coletiva da oposição no Senado, o parlamentar exaltou o golpe de 1964 e pediu que os militares “estejam ao lado do povo brasileiro”, em meio a críticas ao Supremo Tribunal Federal.

Chrisóstomo afirmou sentir “orgulho” das Forças Armadas por sua atuação no ano em que o Brasil iniciou uma ditadura militar. “Me orgulhei das Forças Armadas em 1964, embora ainda fosse criança”, declarou, evitando esclarecer se defendia uma intervenção. Questionado diretamente sobre a defesa do golpe, ele se esquivou.

A fala ocorreu dias após a Polícia Federal apreender cerca de US$ 14 mil em espécie na casa de Bolsonaro, em Brasília. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. A oposição tratou a ação como perseguição política.

Conhecido por declarações polêmicas e alinhamento com o bolsonarismo, Chrisóstomo é militar da reserva e frequentemente cita sua trajetória nas Forças Armadas como base de autoridade. Na coletiva, pediu que a imprensa “defenda o Brasil” e acusou o Judiciário de agir com “impiedade” contra Bolsonaro.

O líder do PL no Senado, Carlos Portinho, estava ao lado de Chrisóstomo, mas se limitou a dizer que parlamentares têm direito à livre manifestação, sem comentar o teor golpista da fala. A declaração gerou reações nas redes sociais, com críticas por apologia à ditadura militar.

Chrisóstomo já havia protagonizado falas controversas em outras ocasiões, mas desta vez sua menção direta ao regime de 1964, combinada ao pedido de ação das Forças Armadas, reacende o debate sobre limites institucionais e discursos antidemocráticos no Congresso.