
Nesta sexta, a Polícia Federal (PF) iniciou uma operação com o propósito de investigar um esquema relacionado à comercialização de presentes para o governo brasileiro durante missões oficiais no exterior. Entre os alvos de mandados de busca e apreensão estão o pai do tenente-coronel Mauro Cid, conhecido como general Mauro Lourena Cid, e o ex-ajudante de ordens, Osmar Crivelatti, além do advogado da família, Frederick Wasseff.
Mauro Cesar Lourena Cid compartilhou turmas de cadetes com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Academia Militar de Agulhas Negras (Aman) nos anos 1970, localizada em Resende, sudoeste do Rio. Mauro Cid enfrentou uma prisão em maio no contexto de uma operação que investiga irregularidades relacionadas aos registros de vacinação contra a Covid-19.
Foi revelado que após a detenção de seu filho, o general Lourena Cid demonstrou apoio a colegas e expressou sua preocupação para conhecidos. O general inclusive se dirigiu ao Quartel General do Exército, em Brasília, para discutir a situação de seu filho.
Conhecido por sua personalidade discreta, Mauro Lourena Cid assumiu o cargo de diretor geral do Departamento de Educação do Exército e foi transferido para a reserva em 2019 para uma posição em Miami, Estados Unidos, no início do governo Bolsonaro. Foi indicado por um colega da Aman para liderar o escritório brasileiro da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Ele ocupou essa função até recentemente.
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A Apex é uma entidade independente vinculada ao Ministério das Relações Exteriores por meio de um acordo de gestão, focada em promover produtos e serviços brasileiros no exterior, além de atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia.
A família pertence a uma terceira geração de militares. O avô de Lourena Cid, Antônio Carlos Cid, foi coronel do Exército, graduando-se na Aman em 1955 e servindo na Casa Militar sob a liderança do general Bayma Denys durante o governo de José Sarney.
Nos últimos meses, Lourena Cid passou a frequentar o Batalhão de Polícia do Exército de Brasília para visitar seu filho, Mauro Cid, que, com mais de duas décadas de serviço militar, estava se preparando para um posto nos Estados Unidos. Ele havia sido nomeado ajudante de ordens de Bolsonaro pouco antes da posse do ex-presidente, em janeiro de 2019.

Relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) revelaram que Agnes Barbosa Cid e Mauro Cesar Lourena Cid movimentaram cerca de R$ 2,5 milhões em transações atípicas em um período de 15 meses. O documento foi apresentado à CPMI do 8 de Janeiro.
O material, que está sob sigilo, ainda afirma que Agnes e Lourena Cid fizeram um envio atípico desses valores para o exterior. Através destas transações, a Comissão realizou o pedido de quebra do sigilo bancário, fiscal e de inteligência financeira do casal. Os requerimentos são de autoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO).
Kajuru pede dados completos de 2019 a 2022, ou seja, durante todo o governo do ex-presidente Bolsonaro. Já os requerimentos que pedem acesso às informações de inteligência financeira contemplam o período de janeiro de 2019 a maio de 2023.
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