Quem é o homem negro preso pela PM do RS após ser esfaqueado por idoso branco

Atualizado em 17 de fevereiro de 2024 às 23:23
Everton Henrique Goandete da Silva. Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Neste sábado (17), um homem negro foi preso pela Brigada Militar de Porto Alegre, após sofrer uma tentativa de homicídio de um idoso branco no Rio Branco, bairro nobre da capital gaúcha.

A vítima é o motoboy Everton Henrique Goandete da Silva, de 40 anos. Ele foi atingido por uma faca pelo idoso, que reclamava constantemente da aglomeração de motoboys na rua. No momento da chegada dos agentes, o motoboy argumentou com policiais e foi algemado pela Brigada.

Everton relatou o racismo e contou que o tumulto teve início quando um conjunto de motoboys estava reunido em um banco localizado na Rua Miguel Tostes, onde residia o agressor, aguardando solicitações de entrega.

“Aí chegou um senhor que mora na rua, que reclamou. Ele não gosta desse volume de motoboys concentrado na frente do prédio. E tentou me matar. Ele me esfaqueou. Chamamos a polícia e o brigadiano foi ignorante…eu também fui um pouco exaltado. Aí acabei preso, mas já fui solto”, contou.

Homem negro é preso pela Brigada Militar. Foto: Reprodução

O entregador e seu agressor foram levados até a 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (da Polícia Civil). Ambos foram mantidos em celas distintas, submeteram-se a exames médicos forenses (para avaliar lesões), prestaram depoimento e foram liberados.

Reservistas das forças armadas que lidaram com a situação e que optam por não se identificar categorizaram o incidente como “vias de fato” (confronto físico), enquanto os policiais militares desejam adicionar a isso o “desacato à autoridade”. Ambos os delitos são considerados de menor gravidade e não resultam em detenção.

Nas redes sociais, o episódio gerou revolta e foi classificado como racismo, devido à conduta agressiva que os militares tiveram com o motoboy, em detrimento à postura passiva oferecida ao idoso, o qual ainda foi acompanhado pelos agentes até seu apartamento para vestir uma camisa antes de ser encaminhado ao DP.

Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, utilizou suas redes para se posicionar sobre o episódio. Em seu perfil no X, ele contou que a violência da polícia com a vítima foi absurda. Ele completou dizendo que a Corregedoria da Brigada Militar abriu sindicância para ouvir testemunhas e apurar as circunstâncias da ocorrência.

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