Harry Rodrigues, o Baauer, está faturando ao deixar qualquer um fazer o que quiser com seu hit no YouTube.
Harry Rodrigues, conhecido como Baauer, é um produtor americano baseado no Brooklyn. Trabalhou nos discos de artistas como Prodigy e No Doubt, entre outros. Tem 23 anos e é da Filadélfia. Viajou o mundo com o pai, consultor financeiro de grandes empresas. Seria mais um DJ tentando a vida na noite, não fosse ele o criador do Harlem Shake, o fenômeno do YouTube que transformou PSY numa vaga lembraça de outras eras.
Harlem Shake foi lançada como single em 22 de maio de 2012 – mas, no começo deste mês, estourou depois que o planeta inteiro resolveu fazer seu vídeo de 30 segundos com uma dancinha espatafúrdia. De acordo com a Billboard, 4 mil vídeos são baixados no YouTube diariamente. Baauer perdeu completamente o controle sobre sua obra, mas está ganhando dinheiro com isso. Como?
O YouTube consegue rastrear, através de um serviço chamado Content ID, todo o material cujos direitos autorais os donos querem proteger. Os usuários do Content ID podem retirar os vídeos, se acharem que há violação dos direitos, ou vender anúncios (o YouTube fica com 55% do faturamento). “Desde o começo, nós tínhamos a intenção de deixar as pessoas fazerem o que quisessem, desde que pudéssemos ganhar com isso”, disse Jasper Goggins, da gravadora Decent Mad.
Com 175 milhões de views, e contando, Baauer e seu selo estão fazendo uma pequena fortuna. Quem aparece no vídeo, por mais audiência que consiga, não fatura um centavo porque não tem os direitos autorais (calcula-se que o coreano PSY levou 2 milhões de dólares por Gangnam Style). Ou seja, essas milhares de pessoas estão, de alguma forma, trabalhando para Baauer.
Um efeito colateral benéfico foi que estão pagando para baixar o hit no iTunes. É um novo modelo para os músicos, numa indústria em destroços: ao invés de restringir o uso de uma canção ou tentar controla-la, o que é virtualmente impossível com a internet, você estimula seu uso – desde que quem ganhe com essa história seja você.
“Virou uma loucura”, disse Baauer para o site Daily Beast. “Eu pari a música, ela foi criada por outros e agora virou tipo uma criança adotada, esquisita, que voltou para mim.”