
Paulo Figueiredo, neto do último ditador do Brasil e bandido que, junto a Eduardo Bolsonaro, obrou o tarifaço de Trump, publicou uma frase que diz muito mais sobre seus interlocutores do que sobre ele.
“Algo que quase sempre acontece quando um jornalista da velha mídia ou um político do establishment passa a me conhecer é: ‘Você é muito menos radical do que a imagem que eu tinha’. Há no brasileiro uma confusão entre fortaleza e radicalismo, entre convicção e arrogância”, escreveu no X.
A insinuação revela uma prática comum nos bastidores da desinformação: golpistas com verniz de “influencer político” suavizam sua retórica quando percebem que podem seduzir jornalistas com acesso, projeção ou cargos em grandes redações. Mas quem seriam esses nomes da imprensa que teriam se aproximado de Paulo Figueiredo e saído dizendo que ele é, afinal, um sujeito “menos radical”?
O UOL fez uma reportagem simpática ao sujeito com suas posições a respeito de Tarcísio de Freitas. Uma de várias, aliás. A Globo tem correspondentes nos EUA que não fazem outra coisa que não repetir o que disse o New York Times. Entre eles, Guga Chacra e Raquel Krähenbühl, esta última responsável pela cobertura na Casa Branca.
Guga, curiosamente, tem usado argumentos parecidos com os de Figueiredo e Eduardo para falar das ações de Donald Trump contra o Brasil.
Algo que quase sempre acontece quando um jornalista da velha mídia ou um político do establishment passa a me conhecer é: “Você é muito menos radical do que a imagem que eu tinha”. Há no brasileiro uma confusão entre fortaleza e radicalismo, entre convicção e arrogância.
— Paulo Figueiredo (8) (@pfigueiredo08) July 12, 2025
A menção à “velha mídia” e ao “establishment” aponta para figuras com esse perfil: jornalistas com certo prestígio interno que, em tese, deveriam manter distância crítica de agentes que operam contra a democracia. O correto seria desmascará-los e mostrar as redes através das quais conspiram e quem os financia. Não tomar café com essa escumalha.
É uma tática clássica: modera-se o tom na conversa privada, ofertam-se “bastidores” exclusivos e, em troca, conquista-se a amizade do jornalista — que, para manter a “fonte”, silencia sobre o canalha ou relativiza as ameaças institucionais.
Jornalista que se alia a quem defende ruptura institucional, golpismo e ataques ao Estado Democrático de Direito é aliado do criminoso.