Peça fundamental no esquema de vende ilegal de presentes de Jair Bolsonaro, o segundo-tenente Osmar Crivelatti foi ajudante de ordens do ex-presidente e um dos alvos de mandado de busca e apreensão da Polícia Federal nesta sexta (11).
Ligado ao ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, Crivelatti foi o primeiro a ocupar o cargo de adjunto de comando, criado em 2015. O objetivo do posto era “distinguir o subtenente ou primeiro-sargento que possui destacada liderança, reconhecida competência e perfeita conduta pessoal”.
Com isso, ele ficou responsável por assessorar diretamente o comandante do Exército e ganhou acesso privilegiado ao comandante. Segundo fontes da Força, o cargo foi feito pensando especificamente no perfil de Crivelatti.
O segundo-sargento sempre usou seu prestígio no posto e a proximidade com Villas Bôas para exercer influência nas transferências e promoções dentro do Exército. Ele chegou a ficar no cargo durante a gestão do general Leal Pujol, mas começou a trabalhar na presidência da República em 2019, no governo Bolsonaro.
A indicação para trabalhar com o ex-presidente partiu de Villas Bôas. Crivelatti ganhou confiança do então mandatário e passou a fazer parte de viagens internacionais, participando de comitivas para China e Itália. Ele também recebeu a atribuição de cuidar das armas pessoais de Bolsonaro.
O ex-ajudante de ordens ficou encarregado de preparar a chegada do chefe nos Estados Unidos após a derrota nas eleições de 2022. Em janeiro deste ano, Crivelatti foi nomeado integrante da equipe de apoio a Bolsonaro, mesmo sendo militar da ativa.
Com a prisão de Mauro Cid, Crivelatti se tornou o assessor mais próximo do ex-presidente. Ele foi alvo da “Operação Lucas 12:2” nesta sexta (11), que apura esquema de venda ilegal de presentes recebidos pelo Estado brasileiro durante viagens oficiais.