Quem é Prigozhin, líder do Grupo Wagner e do motim na Rússia, que já foi o “cozinheiro de Putin”

Atualizado em 24 de junho de 2023 às 10:42
Prigozhin, líder do grupo Wagner

Yevgeny Prigozhin, nascido em 1961, é o líder do grupo Wagner, de mercenários, que se amotinou na Rússia. Uma figura enigmática e influente, Prigozhin ganhou a alcunha de “o cozinheiro de Putin” quando servia o ex-mentor e aliado.

Oligarca de São Petersburgo, tem uma história de sucesso invulgar.

Na década de 1980, foi preso numa cadeia soviética após um assalto à mão armada. Nos anos 1990, era responsável pelo serviço de catering do Kremlin.

Após sair da prisão, começou a trabalhar com o padrasto como vendedor de cachorro-quentes, um negócio que transformou em serviço de catering em São Petersburgo, e num restaurante chamado New Island que passou a ser frequentado pelas elites da cidade, incluindo Vladimir Putin, naquela altura o braço direito do prefeito da cidade.

Hoje é dono de empresas nos setores do audiovisual, mineração, consultoria e militar. Uma ascensão meteórica.

Soma inimigos entre os altos escalões militares da Rússia, como Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas e arquiteto da guerra na Ucrânia.

Prigozhin gosta de afirmar que dirige com muita eficácia um exército dentro de um exército. Tem caças, defesas contra mísseis, munições e vários tipos de artilharia.

O Pentágono estima que Prigozhin gaste 100 milhões de dólares por mês na manutenção da força mercenária fundada em 2013 por um ex-oficial do exército russo, Dmitri Utkin. O nome é uma homenagem a Richard Wagner, compositor alemão idolatrado por Adolf Hitler. 

Mais de 80% dos membros do grupo são pessoas que foram condenadas, recrutadas em prisões, e o resto são mercenários. Especialistas da ONU denunciam o uso de táticas de pressão pelos recrutadores do grupo paramilitar. Foram acusados de crimes de guerra, como tortura e estupro, nas áreas onde atuaram.

Os soldados do grupo Wagner estão posicionados em várias regiões e países onde há interesses da Rússia, do Donbas, passando pela Síria e Líbia e zonas de conflito na África subsaariana como Moçambique, até o Mali e a República Centro Africana.

A primeira vez que a intervenção do grupo veio à tona foi na Crimeia. Estima-se que conte com cerca de 50 mil soldados na Ucrânia.