
Yevgeny Prigozhin, nascido em 1961, é o líder do grupo Wagner, de mercenários, que se amotinou na Rússia. Uma figura enigmática e influente, Prigozhin ganhou a alcunha de “o cozinheiro de Putin” quando servia o ex-mentor e aliado.
Oligarca de São Petersburgo, tem uma história de sucesso invulgar.
Na década de 1980, foi preso numa cadeia soviética após um assalto à mão armada. Nos anos 1990, era responsável pelo serviço de catering do Kremlin.
Após sair da prisão, começou a trabalhar com o padrasto como vendedor de cachorro-quentes, um negócio que transformou em serviço de catering em São Petersburgo, e num restaurante chamado New Island que passou a ser frequentado pelas elites da cidade, incluindo Vladimir Putin, naquela altura o braço direito do prefeito da cidade.
Hoje é dono de empresas nos setores do audiovisual, mineração, consultoria e militar. Uma ascensão meteórica.
Soma inimigos entre os altos escalões militares da Rússia, como Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas e arquiteto da guerra na Ucrânia.
Prigozhin gosta de afirmar que dirige com muita eficácia um exército dentro de um exército. Tem caças, defesas contra mísseis, munições e vários tipos de artilharia.
O Pentágono estima que Prigozhin gaste 100 milhões de dólares por mês na manutenção da força mercenária fundada em 2013 por um ex-oficial do exército russo, Dmitri Utkin. O nome é uma homenagem a Richard Wagner, compositor alemão idolatrado por Adolf Hitler.
Mais de 80% dos membros do grupo são pessoas que foram condenadas, recrutadas em prisões, e o resto são mercenários. Especialistas da ONU denunciam o uso de táticas de pressão pelos recrutadores do grupo paramilitar. Foram acusados de crimes de guerra, como tortura e estupro, nas áreas onde atuaram.
Os soldados do grupo Wagner estão posicionados em várias regiões e países onde há interesses da Rússia, do Donbas, passando pela Síria e Líbia e zonas de conflito na África subsaariana como Moçambique, até o Mali e a República Centro Africana.
A primeira vez que a intervenção do grupo veio à tona foi na Crimeia. Estima-se que conte com cerca de 50 mil soldados na Ucrânia.
?? Prigozhin aparece em vídeo postado por um canal do Grupo Wagner. Diz que está no QG de Rostov "negociando" com o vice-ministro da Defesa, Yevkurov
"Queremos [Gerasimov] e Shoigu. Até que eles cheguem, vamos ficar, bloquear Rostov e seguir para Moscou"pic.twitter.com/uK2SPWAf5X
— Eixo Político (@eixopolitico) June 24, 2023