Quem é Thiago de Assis Mathar, segundo bolsonarista julgado pelo 8 de janeiro

Atualizado em 14 de setembro de 2023 às 16:55
Thiago de Assis Mathar, réu pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Foto: Reprodução

O bolsonarista Thiago de Assis Mathar, de 43 anos, é réu pelos ataques golpistas de 8 de janeiro. Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo, votou para que ele seja condenado a 14 anos de prisão em regime fechado, além de ser multado em R$ 30 milhões como indenização por danos morais coletivos.

Thiago é produtor rural de Penápolis, em São Paulo. Foi de ônibus até Brasília convidado por extremistas acampados no quartel de São José do Rio Preto, município vizinho. Ele foi preso pela Polícia Militar dentro do Palácio do Planalto, mas disse, em sua defesa, que só entrou nas dependências do governo para se proteger de “bombas e tiros” que, segundo ele, foram disparados pelos agentes. 

No entanto, o bolsonarista admitiu que estendeu cortinas dentro da sede do governo para ajudar na entrada de outros manifestantes. Thiago explicou o gesto como um apoio para que “mulheres de idade” ficassem em segurança no local. 

Em seu depoimento, Mathar contou que decidiu participar da caravana “para um Brasil melhor”, mas negou que tinha a “intenção de dar golpe ou depor o governo eleito”. Ele pretendia, conforme relatou, somente “manifestar seu descontentamento”.

Thiago é casado e tem filhos de 4 e 6 anos. Sua mãe, a avó das crianças, iniciou em junho uma petição em prol da liberdade do bolsonarista, um “patriota” que estaria “preso injustamente”. Ela mencionava que as crianças estavam “sofrendo muito, pois ele é o provedor do lar”. No entanto, o engajamento foi baixo, alcançando somente 74 assinaturas até a última quarta-feira (13).

Thiago de Assis Mathar, réu pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Foto: Reprodução

Em comparação com Aécio Lúcio Pereira, condenado a 17 anos, Moraes votou para que a pena do segundo julgado fosse menor, alegando que “diferentemente do réu anterior, não postou e não ficou incentivando que outros adentrassem. Entendo que a sua conduta tem uma reprimenda menor do que a conduta do réu anterior”.

O advogado de defesa de Mathar, Hery Kattwinkel, acusou o ministro do STF de ser “julgador e acusador” e de ter “rancor contra patriotas”. Moraes classificou a alegação como “patética” e “medíocre”.

“É patético, medíocre, que um advogado suba à tribunal do Supremo Tribunal Federal com um discurso de ódio, com um discurso para postar nas redes sociais, que veio aqui agredir o Supremo Tribunal Federal. Eu digo com tristeza, presidente, que o constituído réu, o réu aguarda que seu advogado venha aqui defender tecnicamente. Venha analisar tipo a tipo. O advogado ignorou a defesa. O advogado não analisou nada, absolutamente nada”, declarou o ministro.

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