
Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, morto a tiros nesta segunda-feira (15) em Praia Grande, teve uma trajetória marcada pelo combate ao crime organizado. Aos 68 anos, ele foi executado em um ataque armado enquanto dirigia pela cidade do litoral paulista, sendo alvejado após ter o carro perseguido por criminosos.
Fontes foi uma das principais autoridades no enfrentamento ao Primeiro Comando da Capital (PCC). No início dos anos 2000, participou da prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e atuou em investigações contra a cúpula da facção criminosa. Também esteve envolvido no indiciamento de líderes da organização durante os ataques de 2006, quando o grupo ordenou ações violentas contra agentes de segurança em São Paulo.
Indicado em 2019 pelo então governador João Doria, Ruy assumiu o comando da Polícia Civil de São Paulo e permaneceu no cargo até 2022. Antes, atuou em departamentos estratégicos como o Deic, DHPP, Denarc e Decap. Ao longo de mais de quatro décadas de carreira, tornou-se um dos nomes mais conhecidos da corporação.
Membros de uma facção criminosa se sentiram à vontade para fazer isso em uma via movimentada do litoral de São Paulo contra o ex-delegado geral da Polícia Civil que atuou fortemente contra o PCC pic.twitter.com/xsRxH64Qf4
— Sam Pancher (@SamPancher) September 16, 2025
Após deixar o comando da Polícia Civil, passou a ocupar o cargo de secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, função que desempenhava desde 2023. Investigadores trabalham com duas linhas principais para explicar sua execução: represália por sua atuação contra o PCC ou reação de criminosos contrários a medidas administrativas adotadas na cidade.
Colegas lembram de sua postura firme contra o crime organizado. O procurador de Justiça Marcio Christino, que atuou ao lado dele em operações contra o PCC, disse que Ruy foi peça central nas ações que levaram à prisão de lideranças da facção. Especialistas em segurança também destacam sua relevância histórica no enfrentamento ao crime em São Paulo.
A morte de Ruy Ferraz Fontes é tratada pelas autoridades como atentado, e as investigações seguem em curso. O atual delegado-geral do estado, Arthur Dian, esteve em Praia Grande para acompanhar as primeiras diligências. Câmeras de segurança registraram o momento da execução, e as imagens já estão sob análise da polícia.