Quem espera apoio incondicional deve abandonar a política e fundar uma seita. Por Pedro Fassoni Arruda

Atualizado em 2 de agosto de 2018 às 15:49
PT (Foto: Lula Marques)

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POR PEDRO FASSONI ARRUDA, cientista político e professor da PUC-SP

Quem me conhece sabe que eu não sou petista. Me considero comunista, mais especificamente marxista-leninista.

Tenho críticas aos governos do PT e suas políticas de alianças. Mas sempre votei em Lula e Dilma no segundo turno contra os candidatos tucanos. É claro.

Fui contra o golpe em 2016. Eu estava lá nas ruas com pessoas do PCB, PSOL, PCdoB, PT, MST, MTST, CUT etc.
Defendo a liberdade de Lula. Não me canso de dizer que ele foi condenado injustamente, sem provas.

Mas sabe o que acontece quando eu faço uma crítica, ainda que pontual, à direção do Partido dos Trabalhadores? Recebo críticas de alguns petistas dizendo que sou um inimigo, que “não é a hora” de criticar o partido, que toda a esquerda deveria se unir (sempre em torno do PT, é claro), que sou um inútil e minha opinião não tem a menor importância.

Algumas vezes, as ofensas descambam para o lado pessoal.

Ainda bem nem todos os petistas pensam assim. Que entendem a dialética, que sabem que a discussão é parte da política e que quem entra para a política deve saber dialogar.

Quem espera apoio incondicional e bajulação, deve abandonar imediatamente a política e fundar logo uma seita…

Sobra fígado e falta razão. Vida que segue.