Quem salvou o Brasil contra o Chile

A festa pela classificação

Ladies & Gentlemen:

Supernatural Jones (nota da tradutora: Sobrenatural de Almeida) ganhou o jogo contra o Chile. Num segundo plano, o herói foi o goalkeeper Júlio César, que eu conheço do futebol inglês como uma notável mediocridade.

SJ ergueu ligeiramente a bola chilena que se chocou contra o travessão canarinho. Para tornar ainda mais emocionante o jogo, porque SJ gosta de brincar com as emoções das plateias, ele brincou de gangorra na cobrança de pênaltis até empurrar a pelota do último chileno para a trave e para fora.

Ladies & Gentlemen: foi um dos jogos mais feios da Copa do Mundo, se não o mais. Truncado, passes errados, técnica escassa.

Em compensação, sobrou garra, sobrou determinação – e a tudo isso, como disse, se somaria a mão mágica, e invisível aos incrédulos, de SJ.

Disseram que é a melhor geração do Chile, e então eu digo a vocês: imagine a pior.

Não se iludam: o onze canarinho é limitado. Tive a esperança, na última partida, de que Fernandinho daria um jeito na equipe.

Não deu. Foi uma sombra do jogador do Manchester City. Quando Jô entrou, lembrei das chances perdidas pelo Man City. Ri sozinho quando ele, sem goleiro e nenhum zagueiro pela frente, furou espetacularmente no que seria o gol da vitória.

Neymar oscilou bons momentos com outros de completo desaparecimento. Mas compareceu ao marcar o pênalti decisivo, e então a omissão lhe deve ser perdoada.

Não enxergo nesta seleção o futebol brasileiro tal como o conheci ao longo de minha juventude.

Penso mesmo que é a pior seleção brasileira que vi numa Copa em minha vida, excetuada a de 1990.

Mas sejamos justos: não existe nenhum time muito melhor que este na competição. Ou mesmo melhor, com a possível exceção da Argentina por causa de Messi e apenas de Messi.

Tudo isso posto, se Supernatural Jones continuar a se inclinar para o Brasil, o hexacampeonato pode estar a caminho.

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura

Scott Moore

Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.

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