Quem são Mijão, Caipira e Diabo Loiro, alvos de operação contra lavagem de dinheiro do PCC

Atualizado em 30 de outubro de 2025 às 11:07
Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”, e Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”, e Eduardo Magrini, o “Diabo Loiro”. Foto: Reprodução

A Operação Off White, deflagrada nesta quinta-feira (30) pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em parceria com o Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar, tem como alvo três dos principais nomes ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC): Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”; Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”; e Eduardo Magrini, o “Diabo Loiro”. Todos são investigados por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e por conexões com o tráfico internacional.

A ofensiva cumpre nove mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão em Campinas, Artur Nogueira e Mogi Guaçu.

Durante o cumprimento das ordens judiciais, houve troca de tiros entre policiais e um dos suspeitos. O homem morreu no local, enquanto um policial militar foi baleado e levado ao Hospital de Clínicas da Unicamp, onde permanece internado.

De acordo com o MP-SP, ao menos três suspeitos foram presos — entre eles, o “influenciador” e produtor rural Eduardo Magrini, o “Diabo Loiro”, e um dos filhos de Mijão.

A operação é um desdobramento da ação que, em agosto, prendeu empresários acusados de planejar o assassinato do promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, do Gaeco de Campinas.

Mijão: o foragido que vive na Bolívia

Apontado como uma das principais lideranças do PCC nas ruas, Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”, teria comandado o plano para matar o promotor do Gaeco. Segundo o Ministério Público, ele vive na Bolívia, onde mantém uma vida de luxo.

Reportagem do Fantástico, da TV Globo, mostrou imóveis ocupados por Mijão e familiares em Santa Cruz de La Sierra, em condomínios com terrenos de 450 m² e aluguéis de cerca de R$ 30 mil por mês.

As investigações indicam que ele controla operações financeiras ligadas ao tráfico internacional de drogas e ao fluxo de recursos do PCC.

Caipira: ligação com cartéis internacionais

Outro alvo da operação é Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”, acusado de tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e associação criminosa. Ele é considerado um dos maiores traficantes do Brasil e já figurou na lista dos mais procurados da Interpol.

De acordo com o Ministério Público, Caipira mantém vínculos com Juan Carlos Abadia e com o Cartel do Vale do Norte, na Colômbia. É apontado como parte de uma rede responsável por transportar cocaína do Paraguai e da Bolívia para o Brasil, com destino final em países europeus.

Preso em 2013, em Fortaleza, ele conseguiu prisão domiciliar em Juiz de Fora (MG) e fugiu logo depois. Atualmente, é procurado com mandado de prisão expedido pelo TRF da 6ª Região.

Depois de prisão de Cabeça Branca, saiba quem são os seis traficantes mais procurados do país - Jornal O Globo
Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”. Foto: Reprodução

Diabo Loiro: o “influenciador” com histórico de crimes

Eduardo Magrini, conhecido como “Diabo Loiro”, é considerado um dos integrantes do alto escalão do PCC. Ele já foi acusado de participar de ataques contra forças de segurança em 2006, incluindo atentados à sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Atualmente, se apresenta nas redes sociais como produtor rural e “influenciador digital”, exibindo fotos com armas, carros de luxo e viagens.

Segundo o Ministério Público, Magrini acumula diversas passagens pela polícia, incluindo uma prisão por tráfico de drogas em 2012, em uma mansão em Bom Jesus dos Perdões, no interior de São Paulo.

Eduardo Magrini é um dos alvos da operação do MP desta quinta-feira
Eduardo Magrini, o “Diabo Loiro”. Foto: Reprodução