
A Operação Off White, deflagrada nesta quinta-feira (30) pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) em parceria com o Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar, tem como alvo três dos principais nomes ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC): Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”; Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”; e Eduardo Magrini, o “Diabo Loiro”. Todos são investigados por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro e por conexões com o tráfico internacional.
A ofensiva cumpre nove mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão em Campinas, Artur Nogueira e Mogi Guaçu.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, houve troca de tiros entre policiais e um dos suspeitos. O homem morreu no local, enquanto um policial militar foi baleado e levado ao Hospital de Clínicas da Unicamp, onde permanece internado.
De acordo com o MP-SP, ao menos três suspeitos foram presos — entre eles, o “influenciador” e produtor rural Eduardo Magrini, o “Diabo Loiro”, e um dos filhos de Mijão.
A operação é um desdobramento da ação que, em agosto, prendeu empresários acusados de planejar o assassinato do promotor de Justiça Amauri Silveira Filho, do Gaeco de Campinas.
➡️ Membros do PCC e empresários são alvos de operação em Campinas
MPSP faz operação contra esquema de lavagem de dinheiro do PCC. São cumpridos 11 mandados de prisão e 9 de busca e apreensão em SP pic.twitter.com/ASLNidH5wk
— Metrópoles (@Metropoles) October 30, 2025
Mijão: o foragido que vive na Bolívia
Apontado como uma das principais lideranças do PCC nas ruas, Sérgio Luiz de Freitas Filho, o “Mijão”, teria comandado o plano para matar o promotor do Gaeco. Segundo o Ministério Público, ele vive na Bolívia, onde mantém uma vida de luxo.
Reportagem do Fantástico, da TV Globo, mostrou imóveis ocupados por Mijão e familiares em Santa Cruz de La Sierra, em condomínios com terrenos de 450 m² e aluguéis de cerca de R$ 30 mil por mês.
As investigações indicam que ele controla operações financeiras ligadas ao tráfico internacional de drogas e ao fluxo de recursos do PCC.
Caipira: ligação com cartéis internacionais
Outro alvo da operação é Álvaro Daniel Roberto, o “Caipira”, acusado de tráfico de drogas, crimes contra o patrimônio e associação criminosa. Ele é considerado um dos maiores traficantes do Brasil e já figurou na lista dos mais procurados da Interpol.
De acordo com o Ministério Público, Caipira mantém vínculos com Juan Carlos Abadia e com o Cartel do Vale do Norte, na Colômbia. É apontado como parte de uma rede responsável por transportar cocaína do Paraguai e da Bolívia para o Brasil, com destino final em países europeus.
Preso em 2013, em Fortaleza, ele conseguiu prisão domiciliar em Juiz de Fora (MG) e fugiu logo depois. Atualmente, é procurado com mandado de prisão expedido pelo TRF da 6ª Região.

Diabo Loiro: o “influenciador” com histórico de crimes
Eduardo Magrini, conhecido como “Diabo Loiro”, é considerado um dos integrantes do alto escalão do PCC. Ele já foi acusado de participar de ataques contra forças de segurança em 2006, incluindo atentados à sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Atualmente, se apresenta nas redes sociais como produtor rural e “influenciador digital”, exibindo fotos com armas, carros de luxo e viagens.
Segundo o Ministério Público, Magrini acumula diversas passagens pela polícia, incluindo uma prisão por tráfico de drogas em 2012, em uma mansão em Bom Jesus dos Perdões, no interior de São Paulo.
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