
A força-tarefa montada pela Secretaria de Segurança Pública para investigar o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, revelou, até o momento, sete suspeitos de envolvimento no crime. O assassinato ocorreu na noite de segunda-feira, 15 de setembro, quando Dr. Ruy, como econhecido, foi emboscado por criminosos enquanto deixava seu expediente na prefeitura de Praia Grande, no litoral paulista. Até o dia 20 de setembro, três prisões foram realizadas, e a polícia segue investigando a fundo os detalhes que cercam o caso.
O primeiro passo da investigação foi a identificação dos suspeitos a partir de impressões digitais localizadas em um dos veículos abandonados na cena do crime. A polícia identificou Felipe Avelino da Silva, de 33 anos, conhecido como “Mascherano”, e Flávio Henrique Ferreira de Souza, de 24 anos, como os primeiros envolvidos.
Ambos continuam foragidos. “Mascherano” tem histórico de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das facções criminosas mais poderosas do Brasil, enquanto Flávio não possui antecedentes criminais.

Na sequência, novas prisões foram realizadas. Dahesly Oliveira Pires, de 25 anos, foi inicialmente ouvida como testemunha, mas foi detida após a polícia levantar suspeitas sobre seu envolvimento no transporte de fuzis usados no crime. Dahesly, que tem passagem por tráfico de drogas, alegou em seu depoimento que desconhecia o conteúdo do pacote que teria transportado, versão que foi contestada pela polícia.
Testemunhas e familiares dos primeiros suspeitos foram ouvidos, e oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em São Paulo e na região metropolitana, resultando na prisão de Luiz Henrique Santos Batista, de 24 anos, conhecido como “Fofão”. Ele é acusado de ajudar na fuga dos executores do crime.

Até o momento, os identificados são:
- Felipe Avelino da Silva, 33 anos, o “Mascherano” — digitais encontradas na cena do crime
- Flávio Henrique Ferreira de Souza, 24 anos — digitais encontradas na cena do crime
- Dahesly Oliveira Pires, 25 anos — teria transportado um dos fuzis
- Luiz Henrique Santos Batista, o “Fofão” — teria auxiliado na fuga
- Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, o “Grão” — teria ordenado uma mulher a buscar um fuzil
- Rafael Marcell Dias Simões, o “Jaguar” — entregou-se à polícia em São Vicente
- Willian Silva Marques, 36 anos — dono do imóvel que teria sido usado pela quadrilha

O crime
O assassinato de Ruy Ferraz Fontes foi realizado com extrema violência. Ao deixar o trabalho na prefeitura de Praia Grande, o ex-delegado foi perseguido por dois veículos. Durante a fuga, perdeu o controle do carro, que colidiu com um ônibus e capotou em uma movimentada avenida da cidade.
Foi nesse momento que os criminosos, pelo menos seis ao todo, desceram de outro carro e dispararam contra o automóvel de Fontes. O ataque, que ocorreu na Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Vila Caiçara, foi registrado por câmeras de segurança da região.
Dr. Ruy tinha uma carreira sólida de mais de 40 anos na Polícia Civil e foi um dos principais responsáveis por investigações contra o crime organizado. Em sua trajetória, trabalhou em departamentos especializados como o DHPP, o Denarc e o Deic. Sua atuação contra facções criminosas, como o PCC, fez dele um alvo para membros desse grupo.
Fontes também foi delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2022 e, após deixar o cargo, passou a atuar na prefeitura de Praia Grande. Ao longo de sua carreira, Fontes se tornou desafeto de Marcola, líder do PCC, e foi um dos principais nomes na luta contra o tráfico de drogas e outras atividades criminosas.