Aliados e amigos de Jair Bolsonaro têm aproveitado as visitas ao ex-presidente, atualmente preso em casa por ordem do ministro Alexandre de Moraes, para compartilhar análises sobre o cenário eleitoral de 2026. Mesmo sem acreditar que conseguirá evitar uma condenação por tentativa de golpe de Estado, ele tem discutido suas opções para as eleições presidenciais de 2026.
Segundo a revista Veja, as análises internas indicam que Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, é uma das figuras mais competitivas para encabeçar uma chapa, com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como vice.
Um dos cenários analisados coloca Tarcísio e Michelle como favoritos, com grandes chances de vitória, de acordo com as pesquisas internas. No entanto, essa chapa enfrenta desafios políticos, principalmente porque Tarcísio tende a se transferir para o PL, partido de Bolsonaro e Michelle.
Sem essa dobradinha, os cenários para uma candidatura de Michelle ou Tarcísio de forma isolada ainda são favoráveis, mas com uma vantagem menor.
Se Tarcísio se mantiver como cabeça de chapa, ele teria boas chances de vencer um segundo turno contra o presidente Lula, mas a vitória seria apertada. Por outro lado, se Michelle for a candidata principal, as pesquisas apontam uma pequena vantagem sobre o presidente petista, o que alimenta o apoio dos conservadores a uma possível candidatura dela.
As pesquisas de intenção de voto também refletem esse cenário. De acordo com a Atlas/Bloomberg, Tarcísio tem 48,4% das intenções de voto em um segundo turno contra Lula, que aparece com 46,6%.
Michelle, por sua vez, obteve 47,9% das intenções de voto, empatando tecnicamente com o presidente. Já a Quaest apresenta Lula como vencedor, com Tarcísio alcançando 35% e Michelle com 34% das intenções de voto.
Embora Tarcísio e Michelle mostrem-se como os nomes mais competitivos dentro do cenário bolsonarista, a disputa interna também envolve as ambições dos filhos de Bolsonaro, como o deputado Eduardo (PL-SP) e o senador Flávio (PL-RJ). Ambos têm se movimentado para disputar o controle do espólio político do ex-presidente, mas as pesquisas indicam que nenhum dos dois teria força para vencer Lula.
As intrigas dentro da família Bolsonaro sobre o controle do eleitorado mais conservador têm aumentado, especialmente com o desempenho de Michelle nas pesquisas. Sua popularidade tem sido vista como um trunfo para Bolsonaro, mas também causa divisões dentro do círculo íntimo do ex-presidente.