Quem são os milicianos presos no Rio na Operação Embryo

Atualizado em 1 de novembro de 2023 às 20:28
Taillon de Alcantara Pereira Barbosa foi preso no rio. Foto: reprodução

Uma operação realizada em conjunto pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público do Rio de Janeiro, resultou na prisão da cúpula de um grupo paramilitar atuante em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio.

Entre os presos, estão nomes como Dalmir Pereira Barbosa, considerado o líder da organização, seu filho Taillon de Alcantara Pereira Barbosa, e Emerson Portela Claudino, também conhecido como Missinho.

Dalmir Pereira Barbosa, ex-policial militar, já havia sido citado na CPI das Milícias em 2008 e foi denunciado pelo Ministério Público por integrar a quadrilha em 2009. Além disso, em 2020, ele foi preso por supostamente auxiliar no plano de assassinato de Simone Sibilio, coordenadora do Gaeco e responsável pelas investigações do caso Marielle Franco.

O miliciano, ao lado de Paulo Eduardo da Silva Azevedo e Epaminondas Queiroz de Medeiros Júnior, o Capitão Queiroz, seriam responsáveis por crimes como grilagem, construção, venda e locação ilegais de imóveis, extorsão, ocultação de bens adquiridos com as atividades ilícitas, pagamento de propina a agentes públicos, agiotagem, dentre outros.

Dalmir Pereira Barbosa é apontado em diversos processos como chefe da milícia que atua em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. Foto: Bruna Martins

Por sua vez, Taillon de Alcantara Pereira Barbosa, filho de Dalmir, foi condenado em 2022 a oito anos e quatro meses de prisão por chefiar a quadrilha e, apesar de estar em prisão domiciliar, deve cumprir várias restrições conforme determinado pelo juiz Cariel Bezerra Patriota.

A decisão indica que Taillon está impedido de “frequentar lugares passíveis de reprovação social, tais como aqueles onde haja consumo excessivo de bebidas alcoólicas; onde haja venda de drogas ilícitas; casas de prostituição; prática de jogos proibidos e outros análogos”.

O rosto dele ficou conhecido no início de outubro quando três médicos, um deles o irmão de Sâmia Bomfim, morreram em um quiosque na Barra da Tijuca. Uma das vítimas, Perseu Ribeiro de Almeida, foi confundido com Taillon devido à semelhança física, o que teria motivado o crime praticado por milicianos rivais.

Emerson Portela Claudino, conhecido como Missinho, foi apontado como o responsável pelas construções irregulares na Muzema e em Rio das Pedras. Segundo a PF, ele assumiu o comando de territórios dominados pela milícia, após a prisão do tenente reformado da PM Maurício Silva da Costa, o Maurição, pela ‘Operação Intocáveis’, em janeiro de 2019.

Já Laerte Silva de Lima atuava na milícia comandada pelo ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, morto na Bahia em 2020, ele era próximo ao senador Flávio Bolsonaro (PL) e suspeito de ter parcidipado da morte da vereadora Marielle Franco.

Segundo o relatório das investigações da polícia do Rio, Laerte encabeçava as transações ilegais ao lado de Francisco das Chagas de Brito Castro. Além da ligação com o Adriano, a quadrilha também estava envolvida com o major Ronald Paulo Alves Pereira, o major Ronald, outro acusado de liderar a milícia da região

A operação, nomeada como Embryo, visava cumprir 13 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão, com os investigados enfrentando acusações que incluem organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo e lavagem de dinheiro.

A ação contou com a participação de cerca de 80 policiais federais e teve o suporte do Grupo de Investigações Sensíveis da PF (Gise/RJ) e da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ) em parceria com o Gaeco/MPRJ.

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