“Queria a explicação do PM”, diz pai do jovem arremessado de ponte

Atualizado em 3 de dezembro de 2024 às 22:49
Antonio Donizete do Amaral, pai do jovem que foi arremessado de uma ponte, em entrevista, falando, com expressão triste, sem olhar para a câmera
Antonio Donizete do Amaral, pai do jovem que foi arremessado de uma ponte, em entrevista – Reprodução/TV Globo

Na noite do último domingo (1º), um caso de violência policial chocou a Vila Clara, na Zona Sul de São Paulo. Durante uma abordagem, um policial militar arremessou o entregador Marcelo, de 25 anos, de uma ponte. Segundo o pai do jovem, Antonio Donizete do Amaral, o rapaz não possui antecedentes criminais e é um trabalhador dedicado.

“Ele está bem, mas não conseguimos falar com ele. É inadmissível, não existe isso aí. A polícia está aí para fazer a defesa da população, não fazer o que fez. Trabalhador [o filho], menino que sempre correu atrás do que é dele. Não tem envolvimento, passagem [pela polícia], não tem nada. Queria a explicação desse policial e o porquê ele fez isso”, desabafou Antonio em entrevista ao Jornal Nacional.

Imagens enviadas à TV Globo mostram a sequência da abordagem. No vídeo, um policial é visto levantando uma moto caída ao chão, enquanto outros agentes se aproximam. Um deles segura um homem pela camiseta azul e o arremessa de uma ponte em direção ao córrego. Nenhum dos policiais presentes interveio na ação.

Uma testemunha, que preferiu não se identificar, relatou que os agentes estavam na região para dispersar moradores de um baile funk: “Tinham dois policiais da Rocam parados ali, com cacetete na mão, esperando para abordar. Aí esse menino veio da avenida, virou e aí foi a hora que ele viu os polícias e caiu no chão com a moto. Na hora em que ele caiu no chão com a moto, policiais vieram em cima dele. Eu e minha amiga saímos correndo”.

A Polícia Militar confirmou que os agentes pertencem ao 24º BPM de Diadema, na Grande São Paulo. A Corregedoria da corporação afastou 13 policiais, incluindo dois sargentos, cabos e soldados, até a conclusão das investigações.

Todos os envolvidos utilizavam câmeras corporais durante a ação. As gravações estão sendo analisadas para esclarecer os detalhes do ocorrido. De acordo com fontes da Secretaria de Segurança Pública (SSP), até o momento, não houve pedidos de prisão para os policiais envolvidos.

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