O colégio Santa Cruz, um dos mais tradicionais de São Paulo, abriu investigação interna após um caso de racismo e antissemitismo envolvendo um aluno e um professor. Segundo relatos, o estudante, do 1º ano do ensino médio, teria entregue uma suástica ao docente, que é negro.
O gesto provocou repúdio dentro e fora da comunidade escolar. Em comunicado aos pais, a direção da escola manifestou “profunda indignação” e afirmou que está “realizando reuniões com os alunos envolvidos e suas famílias para a definição das medidas educacionais cabíveis”.
O colégio informou ainda que o caso será tratado com rigor e reforçou o compromisso com uma formação baseada em princípios humanistas. O episódio também foi confirmado pelo grêmio estudantil, que publicou uma carta aberta em solidariedade ao professor de filosofia.
“Que um aluno desta escola tenha tido o atrevimento e o despeito de entregar uma suástica nas mãos de um professor nos envergonha e horroriza profundamente”, escreveram os representantes dos alunos.
No texto, o grupo destacou que a situação não é isolada e denunciou a recorrência de episódios de intolerância. “Somam-se a esse episódio manifestações de intolerância que vêm se repetindo entre os alunos nos últimos anos, violência cruel e injustificada que tem se alastrado impune”, prosseguiram.
Em fevereiro, 34 alunos do próprio Santa Cruz haviam sido suspensos por integrar um grupo de WhatsApp que fazia apologia ao racismo, homofobia e misoginia contra calouros. Pais e ex-alunos cobraram da instituição uma resposta firme e ações concretas de combate à discriminação.
A escola disse estar comprometida com a ampliação de projetos de educação antirracista e reforço de políticas pedagógicas voltadas ao respeito e à diversidade. “Acreditamos firmemente na potência da educação e seguimos determinados a formar nossos estudantes de acordo com os princípios humanistas e cristãos do colégio Santa Cruz”, afirmou a direção em nota.