Randolfe vai ao STF contra decisão da PGR de arquivar denúncias da CPI da Covid

Atualizado em 25 de julho de 2022 às 23:46
Randolfe vai recorrer da decisão da PGR de arquivar denúncias da CPI da Covid contra Bolsonaro. Foto: Reprodução

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid, disse nesta segunda-feira (25) que vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de arquivar as denúncias contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), abertos após a entrega do relatório final da investigação no Senado.

As manifestações foram assinadas pela vice-procuradora-geral Lindôra Araújo. Randolfe afirmou que vai pedir também a intimação pessoal do procurador-geral da República, Augusto Aras, para explicar o motivo do arquivamento e, caso ele confirme a decisão, pedirá a abertura de inquérito por prevaricação de Aras e Lindôra.

No Twitter, o senador chamou a decisão da Procuradoria de “um insulto às quase 700 mil vítimas da Covid-19 no país. Augusto Aras, com este ato, se torna cúmplice dos crimes cometidos e rebaixa a PGR à condição de cabo eleitoral de Bolsonaro”.

A CPI apurou supostos crimes de epidemia, tais como prevaricação, infração de medida sanitária, charlatanismo e emprego irregular de verba pública. No relatório final, a comissão acusou Bolsonaro de ter cometido nove crimes.

O senador ainda questionou Aras sobre as declarações do presidente sobre cloroquina e vacinas. “Pergunto ao Sr. Augusto Aras: como se arquiva a dor de um filho que perdeu um pai porque Bolsonaro mandou usar cloroquina? Como se arquiva a dor de uma mãe que perdeu um filho porque o governo não comprou vacina? Pergunto ainda: onde o Sr arquivou a sua consciência?”.

Mais cedo, os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM), relator e presidente da CPI, respectivamente, também criticaram a decisão da PGR.

“Depois de ilusionismos jurídicos por quase 1 ano, a PGR sugere engavetar as graves acusações contra Bolsonaro durante a pandemia. A blindagem, às vésperas da eleição, não surpreende ninguém”, afirmou Calheiros no Twitter.

“O pedido de arquivamento das investigações abertas a partir do que levantamos na CPI da COVID é um desrespeito à memória e às famílias das mais de 670 mil vítimas da pandemia. Sempre disse que a CPI não buscava vingança”, disse Aziz.