O ministro Raul Araújo, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), iniciou seu voto no caso envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar de elogiar o relatório apresentado pelo ministro Benedito Gonçalves, ele expressou discordância com a inclusão da minuta de caráter golpista encontrada na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
“Desde logo entendo inexistir o requisito de suficiente gravidade, lembrando que boa parte do discurso reconheço como normal, disse o magistrado. Mesmo diante de pressões de bolsonaristas, ele não solicitou uma pausa na discussão, o que poderia prorrogar o processo por até 60 dias.
Araújo aceitou o argumento da defesa de que não há uma “conexão” entre a minuta e a acusação contra o ex-capitão, que está sendo julgado por supostamente ter organizado uma reunião com embaixadores para propagar falsidades sobre o processo eleitoral brasileiro. Além disso, o ministro concordou que a minuta não pode ser considerada um documento oficial.
Ele também foi interrompido e questionado pela ministra Carmem Lúcia por estar tratando a citação da minuta golpista como uma das alegações usadas pelo relator do caso para votar pela condenação do ex-capitão. Sua contestação a algo que, segundo o relator, Benedito Gonçalves, não aconteceu, sugere que seu voto será favorável a Bolsonaro.
“O conteúdo do discurso, em alguns trechos censuráveis, surtiu pouco feito no eleitorado”, disse Araújo sobre a reunião de Bolsonaro com embaixadores no Palácio do Planalto, em julho do ano passado.
Vale destacar que, em março de 2022, Raul Araújo proibiu manifestações políticas por artistas no festival Lollapalooza. Na ocasião, ele havia acatado o pedido de liminar do PL, partido de Bolsonaro, e entendido que as manifestações das cantoras Pabllo Vittar e Marina Sena durante os shows do festival configuraram propaganda eleitoral antecipada.
Acompanhe abaixo o julgamento de Bolsonaro no TSE: