Real é a 5ª moeda que mais valorizou em 2025; peso argentino tem o pior desempenho

Atualizado em 19 de setembro de 2025 às 15:35
Notas de R$ 50. Foto: ilustração

O dólar vem perdendo força globalmente em 2025 em meio à desconfiança dos investidores em relação à política econômica do presidente estadunidense Donald Trump e à confirmação do início do ciclo de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos). Esse cenário tem impulsionado moedas de diversos países, incluindo o real, que registra uma das maiores valorizações do mundo neste ano.

De acordo com levantamento do Valor Data, entre 33 divisas acompanhadas, a moeda brasileira ocupa a quinta posição em desempenho positivo, com valorização nominal de 16,18% até esta quinta-feira (17). O movimento é sustentado principalmente pelo elevado diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, que tem atraído capital estrangeiro e levado o câmbio a operar nos menores níveis desde junho de 2024.

O ranking global de moedas é liderado pelo rublo russo, que acumula ganhos de 36,60% no ano. Em seguida aparecem o florim húngaro, com 19,96%, a coroa sueca, com 18,29%, e a coroa tcheca, com 17,81%. Apenas quatro moedas das 33 avaliadas registram perdas no período.

Peso argentino lidera perdas globais

Na outra ponta, o peso argentino despencou 30,05% em 2025, resultado da crescente desconfiança dos investidores com o governo de Javier Milei. O presidente de extrema-direita, que assumiu em dezembro de 2023, foi visto inicialmente como “queridinho” dos mercados, mas perdeu apoio diante do agravamento da crise econômica e da queda de popularidade.

A lira turca também figura entre os piores desempenhos, com desvalorização de 14,45%, seguida pela rúpia indiana, que recua 2,98%, e pela rúpia indonésia, com queda de 1,84%, todos países também liderados por políticos de direita ou extrema-direita.

Javier Milei, presidente da Argentina. Foto: reprodução

No mercado acionário, o índice Merval, da Bolsa de Buenos Aires, também lidera as perdas em 2025, com recuo de 33,08% em moeda local. É o único entre 20 principais índices globais a registrar resultado negativo no ano. A forte queda contrasta com 2024, quando o Merval foi o campeão mundial, acumulando valorização de quase 70%.

Já a Bolsa brasileira segue trajetória oposta. O Ibovespa, que teve o pior desempenho entre os grandes índices em 2024, com queda de 10,01%, soma neste ano ganhos de 20,96% e ocupa a sétima posição no ranking global.

Segundo o Valor Econômico, o desempenho é atribuído à percepção de que as ações brasileiras estão “baratas”, ao diferencial de juros favorável e à confirmação, nesta quarta-feira (17), do início do ciclo de cortes pelo Federal Reserve.

O índice Kospi, da Coreia do Sul, lidera o ranking mundial de bolsas, com alta de 44,25% no acumulado do ano. Na sequência, aparecem o IPSA do Chile (+34,23%), o Hang Seng de Hong Kong (+32,33%), o IBEX-35 da Espanha (+30,88%), o IPC do México (+23,85%) e o FTSE MIB da Itália (+23,76%).

Nos Estados Unidos, apesar de operarem em níveis recordes, as bolsas têm desempenho menos expressivo. O Nasdaq acumula alta de 16,36%, o que lhe garante a nona colocação entre os 20 principais índices globais. Já o S\&P 500 sobe 12,76%, ficando na 13ª posição, e o Dow Jones avança 8,46%, ocupando a 16ª colocação.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.