Receita divulga lista de motéis usados pelo PCC em SP; saiba quais são

Atualizado em 25 de setembro de 2025 às 19:42
Fachada do Motel Casual, em Santo André, um dos relacionados pela Receita por ligação com o PCC. Reprodução

A Operação Spare, deflagrada nesta quinta-feira (25) pela Receita Federal e pelo Ministério Público de São Paulo, revelou um amplo esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital). A investigação aponta que, entre 2020 e 2024, foram movimentados cerca de R$ 450 milhões por meio de motéis, franquias e postos de combustíveis, todos registrados em nome de laranjas.

Os investigadores identificaram mais de 60 motéis supostamente usados na estrutura financeira do grupo criminoso, com unidades espalhadas pela capital paulista, Grande São Paulo e Baixada Santista. Segundo a Receita, os empreendimentos estavam registrados em nomes de terceiros para ocultar o patrimônio.

Veja os nomes dos motéis apontados pela Receita

1-Maramores Empreendimentos Hoteleiros (Ribeirão Pires)
2-Motel Uma Noite em Paris (Itaquaquecetuba)
3-Motel Chamour (Parque do Carmo, zona leste de São Paulo)
4-Motel Casual (Santo André)
5-Sunny Empreendimentos Hoteleiros (Santo André)
6-Mille Motel (Jardim São Paulo, zona leste da capital paulista)
7-Marine Empreendimentos Hoteleiros (São Bernardo do Campo)
8-Ceesar Park Empreendimentos Hoteleiros (Vila Alpina, zona leste de São Paulo)
9-Motel Vison (Guarulhos)
10-Sodoma Motel (Itaquera)
11-RCS Empreendimentos Hoteleiros (Santos)
13-São Vicente Empreendimentos Hoteleiros (São Vicente)

Durante a operação, foram apreendidos quase R$ 1 milhão em dinheiro vivo, além de uma arma, 20 celulares e computadores. Também foram confiscados bens de luxo comprados pelo esquema, como helicópteros, um iate e veículos de alto valor.

Segundo a Receita, um iate avaliado em milhões foi inicialmente registrado em nome de um motel do grupo e, em seguida, transferido para uma empresa de fachada. Entre os veículos de destaque está um Lamborghini Urus, estimado em R$ 3 milhões, adquirido por meio de uma empresa patrimonial.

Agentes da Receita Federal durante a deflagração da Operação Spare, que investiga esquema de lavagem de dinheiro ligado ao PCC — Foto: Receita Federal/Divulgação.

A Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 2,6 bilhões em bens de 55 investigados, incluindo imóveis, carros de luxo, helicópteros, contas bancárias e fundos de investimento. O objetivo, segundo o MP, é assegurar que os recursos recuperados sejam revertidos em políticas públicas.

O empresário Flávio Silvério Siqueira, acusado de ser o principal operador financeiro do esquema, nega envolvimento com o crime organizado. Sua defesa afirma que ele deixou o setor de combustíveis há mais de 15 anos e passou a investir no ramo hoteleiro.

Para os investigadores, os bens apreendidos representam apenas uma parte do patrimônio movimentado pelo grupo. As autoridades afirmam que o objetivo central da operação é enfraquecer a base financeira do PCC e interromper a circulação bilionária de recursos oriundos de atividades ilícitas.