Receita gerada pelo turismo em 2023 bate recorde e supera a do ano da Copa

Atualizado em 5 de fevereiro de 2024 às 21:09
Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Foto: Adam Hester/Getty Images

O Brasil registrou uma entrada recorde de US$ 6,9 bilhões em 2023 provenientes de turistas estrangeiros que visitaram o país, superando até mesmo o ano de 2014, quando a Copa do Mundo de Futebol da Fifa foi realizada no país.

Essa cifra recorde de receita por turistas estrangeiros está gerando debate dentro do governo em relação à regra estabelecida em 2019 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), que isentou de visto de entrada pessoas vindas dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Essa maior liberdade de trânsito contribuiu para a entrada de mais dólares no Brasil, mas a cúpula do Ministério das Relações Exteriores se opõe a essa regra.

O Itamaraty segue uma antiga regra de reciprocidade, na qual países que exigem vistos para turistas brasileiros recebem o mesmo tratamento aqui. Durante o governo Bolsonaro, concluiu-se que isso limitava o turismo, especialmente dos norte-americanos – o segundo grupo que mais visitou o Brasil em 2023 para fins turísticos, logo após os argentinos.

No início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi anunciado o fim dessa política de liberar a entrada de turistas dos EUA, Canadá e Austrália. Houve algumas tentativas, mas não foram bem-sucedidas, uma vez que a demanda por vistos aumentou significativamente e o corpo consular brasileiro não conseguiu atender a todos os pedidos.

Marcelo Freixo, presidente da Embratur. Reprodução

Marcelo Freixo (PT), presidente da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), afirmou em entrevista à rádio CBN nesta segunda-feira (5) que é necessário debater o assunto.

Freixo destacou que o governo adiou o prazo de exigência do visto para evitar a implementação em “alta temporada”. Além disso, ele defendeu a necessidade de tomar decisões respeitando a tese da reciprocidade entre as nações, mas também considerando as necessidades econômicas.

“Mas a gente também precisa pensar no momento da economia brasileira, no momento da geração de emprego e renda e o quanto o turismo representa. O turismo já representa 8% do PIB brasileiro. O petróleo representa 12%”, afirmou.

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