Você leu aqui no DCM: a “professora” que fez um dramático apelo a Jair Bolsonaro na saída do Alvorada, na quinta-feira (02), é, na verdade, dona de uma empresa em Brasília, a ABZ Caligrafia, e aposentada.
Fátima Montenegro Ayres pediu que o presidente ponha “militares na rua”, alegando que não tinha dinheiro para alimentar sua filha.
Fátima excluiu seu Facebook depois que sua verdadeira identidade vazou, mas a conta no Twitter continua ativa, com todo o repertório bolsominion.
Tudo sugere armação e tem cara de casting de peça de propaganda: o texto, a interação com o sujeito, o posicionamento das câmeras.
A cereja do bolo é a participação da Record, que fez uma “matéria” com Fátima endossando a versão oficial no mesmo dia de seu “desabafo”.
A emissora não informa nada sobre Fátima.
Antes, pelo contrário, compra a balela, abre espaço para Bolsonaro contar o que fará pelos pobres e termina com o choro da “professora Fátima” em seu “desespero”.
Ela aparece com o figurino apropriado: blusa branca, calça jeans, a humildade em pessoa.
“Eu só quero ter minha vida, Tiago”, diz ela ao repórter. “Eu e milhões e milhões de pessoas”.
Eis a verdadeira Fátima em seu esplendor:
— Fátima Montenegro (@ProfyFatima) January 4, 2019