Record fez matéria picareta com “professora” que pediu militares na rua a Bolsonaro no mesmo dia do “desabafo”

Atualizado em 3 de abril de 2020 às 10:30
Fátima, a professora de Bolsonaro

Você leu aqui no DCM: a “professora” que fez um dramático apelo a Jair Bolsonaro na saída do Alvorada, na quinta-feira (02), é, na verdade, dona de uma empresa em Brasília, a ABZ Caligrafia, e aposentada.

Fátima Montenegro Ayres pediu que o presidente ponha “militares na rua”, alegando que não tinha dinheiro para alimentar sua filha.

Fátima excluiu seu Facebook depois que sua verdadeira identidade vazou, mas a conta no Twitter continua ativa, com todo o repertório bolsominion.

Tudo sugere armação e tem cara de casting de peça de propaganda: o texto, a interação com o sujeito, o posicionamento das câmeras.

A cereja do bolo é a participação da Record, que fez uma “matéria” com Fátima endossando a versão oficial no mesmo dia de seu “desabafo”.

A emissora não informa nada sobre Fátima.

Antes, pelo contrário, compra a balela, abre espaço para Bolsonaro contar o que fará pelos pobres e termina com o choro da “professora Fátima” em seu “desespero”.

Ela aparece com o figurino apropriado: blusa branca, calça jeans, a humildade em pessoa.

“Eu só quero ter minha vida, Tiago”, diz ela ao repórter. “Eu e milhões e milhões de pessoas”.

Eis a verdadeira Fátima em seu esplendor:

 

Fátima é bolsonarista raiz