Recrutas, zumbis e nazistas: como o game Call of Duty WWII ajuda a entender a 2ª Guerra Mundial. Por Zambarda

Atualizado em 22 de dezembro de 2017 às 5:02

Jogos baseados em Segunda Guerra Mundial não são novos no mercado de entretenimento eletrônico. Desde o filme “O Resgate do Soldado Ryan”, de Spielberg em 1998, a temática do maior conflito mundial em solo europeu entrou com tudo no universo dos videogames, sobretudo nas plataformas PlayStation e PC.

Quase 20 anos depois, “Call of Duty (CoD) WWII” da Sledgehammer Games com a Activision chegou no dia 3 de novembro apostando que menos é mais. O modo história do game aborda a Primeira Divisão de Infantaria do front ocidental norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial.

Seu papel é sobreviver ao Dia D contra os nazistas e avançar na França e na Alemanha até o fim do conflito em 1945, nos eventos da chamada “Operação Overlord”. Toda essa história já foi contada em games anteriores da mesma série.

O principal chamariz de WWII é justamente trabalhar bem com poucos elementos.

Campanha curta e com alta produção

Você controla o personagem Ronald “Red” Daniels no desembarque das tropas americanas na região da Normandia (Dia D) e vê a relação dele com todos os soldados em combate. Com gráficos desenvolvidos em conjunto pela desenvolvedora (Sledgehammer) e pela publicadora (Activision), o game WWII traz o realismo do desespero dos campos de guerra.

O jogador tem que pedir medicações para companheiros e agir em equipe com os outros recrutas durante a campanha. Quando um parceiro é ferido pelos nazistas, você pode salvar sua vida carregando-o e atirando somente com sua pistola.

Quando você leva tiros, é capaz de ouvir o suspiro de dor do seu personagem ou o grito de agonia quando ele é atingido por um lança-chamas. Esteticamente, o game utiliza todos os recursos técnicos das plataformas PlayStation 4, Xbox One e PC Windows.

As armas são inspiradas diretamente nos modelos de época, muitos com cartuchos laterais, bem como os tanques que imitam bem os modelos Panzer da Alemanha nazista. Mas a campanha não oscila muito além de tomar pontos do cenário, resgatar itens e matar inimigos.

Há um modo zumbi para quem curte a galhofa de transformar soldados nazistas em mortos-vivos. O game também possui um documentário com veteranos de guerra contando suas histórias num formato parecido com a série “Band of Brothers” (2001), também do cineasta Steven Spielberg.

No entanto, mesmo com tanta história em detalhes, a campanha para um jogador soa incrivelmente curta.

A cereja do bolo é o modo multijogador

Sem história e nos diferentes modos de combate, o modo multijogador online chama atenção pela simplicidade e pelo jeito viciante. Você pode configurar a aparência do seu soldado, mudando inclusive a etnia dele para a pele negra ou transformando ele numa oficial feminina. A ideia em CoD é que você se identifique com seu personagem, o que é um grande acerto dos desenvolvedores para pessoas que normalmente não são representadas nos jogos.

Você vai perder horas morrendo até entender qual estratégia precisa ter para vencer as partidas, seja no mata-mata ou nas disputas em equipes. A seleção do seu equipamento é vital no processo.

Se o jogador carrega rifles de alta precisão com telescópio, o ideal é usar o cenário para se camuflar e matar adversários à distância. Submetralhadoras e escopetas são para os personagens que se aproximam nas trincheiras. E, muitas vezes, trocar da arma pesada para a pistola garante maiores pontuações nos embates.

“Call of Duty WWII” é o típico game pipocão de tiro para distrair no videogame e ao mesmo tempo aprender sobre história. Ele falha ao não mostrar o front da União Soviética ou do Japão, países presentes em CoDs mais antigos ou no concorrente Battlefield. No final de semana de estreia, o game bateu meio milhão de dólares em vendas.

No entanto, colocando apenas norte-americanos contra alemães nazistas, o jogo é cativante de uma maneira simples.