
O LinkedIn comunicou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que não vai desbloquear o perfil da deputada Carla Zambelli (PL-SP), atualmente presa na Itália e condenada a 15 anos de prisão. A decisão da plataforma contraria uma determinação do magistrado, que havia autorizado a reativação das contas da parlamentar em 25 de setembro.
Em ofício enviado ao gabinete do ministro, o escritório jurídico do LinkedIn no Brasil afirmou que a conta de Zambelli foi removida por “violações das políticas da plataforma”. A empresa anexou o conteúdo publicado pela deputada e reiterou que o perfil não poderá ser reativado “diante da violação de natureza contratual cometida”.
O LinkedIn explicou que a conta de Zambelli já estava indisponível antes mesmo da decisão judicial que determinou o desbloqueio. “Visando ao pronto atendimento da ordem, o LinkedIn Brasil contatou o provedor de aplicações do LinkedIn, que forneceu o documento contendo o conteúdo preservado da conta”, informou a plataforma.
A parlamentar teve suas redes bloqueadas por determinação de Moraes em 4 de julho, após deixar o Brasil. Segundo a decisão, as postagens da deputada indicavam tentativa de obstrução da Justiça. Em setembro, o ministro reverteu parte das restrições, atendendo a um relatório da Polícia Federal que recomendava a exclusão das postagens ilegais, mas não o bloqueio das contas.

Na decisão do dia 25, Moraes autorizou a reativação dos perfis de Zambelli no Facebook, Instagram, Gettr, LinkedIn, TikTok, X (antigo Twitter), Telegram e YouTube, determinando apenas a exclusão de publicações consideradas ilícitas.
O ministro também manteve a multa de R$ 20 mil por dia caso novos conteúdos contra o Estado Democrático fossem postados.
Zambelli cumpre pena em regime inicialmente fechado e a condenação também inclui a perda do mandato, inelegibilidade e multa de R$ 2 milhões por invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela ainda responde a um processo de extradição para o Brasil.