
Em sua curta e patética passagem pela Secretaria de Cultura do governo Bolsonaro, Regina Duarte não apenas se omitiu, mas tripudiou sobre a morte de artistas.
Àquela altura, o Brasil tinha perdido nomes como Rubem Fonseca, Luiz Alfredo Garcia-Roza, Aldir Blanc, Moraes Moreira e Flávio Migliaccio — alguns em decorrência da covid-19.
“Será que a secretaria vai virar um obituário?”, reclamou numa entrevista antológica à CNN.
“Ou o reconhecimento existe ou não existe. O país está cultuando a memória deles, não precisam da Secretaria de Cultura”, disse.
“Na humanidade não para de morrer. Se você falar vida, do lado tem morte. Não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas, não desejo isso para ninguém. Sou leve, estou viva. Para que olhar para trás? Que horrível ficar arrastando cordéis de caixões. O covid está trazendo uma morbidez insuportável.”
Há dois dias, essa covarde se manifestou sobre a morte da colega Nicette Bruno, infectada por uma visita que estava com o vírus.
Conseguiu não citar a pandemia. Nicette morreu, de acordo com Regina, de susto.
“Deus te quis junto dele”, escreveu. Simples assim.
“Que dia triste, Nicete!
Eu achava que voce ia se recuperar e te perdi. Perdeu o Brasil, perdemos todos. Deus te quis junto dele.
Pra me confortar fica a espiritualidade da Nicette, a lembrança dos tempos que passamos juntas, em cena, nos camarins e também na vida privada , particular, com Paulo, com a querida família toda, no AMOR. Meus sentimentos a todos, filhos, netos, amigos.
O jeito de ser da Nicette sempre me impressionou e me contagiou com a paixão que tinha por sua missão não só como atriz, mas como mulher, mãe , avó, ser social.
Foi sempre aberta pra alegria e pra aceitação do que desse e viesse, era um ser humano iluminado, superior, exemplar. Ela me fez crescer evoluir, com sua contagiante generosidade e amor à vida.
Descansa em paz, amiga.”
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