Reino Unido começa a imunizar com vacina que Brasil não terá. Por Fernando Brito

Atualizado em 2 de dezembro de 2020 às 10:19

Publicado no Tijolaço

Bolsonaro.
Imagem: SERGIO LIMA/AFP

O mundo se volta com esperança para a decisão da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) inglesa autorizando o início do processo de vacinação no Reino Unido com o imunizante da Pfizer-Biontech.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) expressou restrições à velocidade da aprovação dada pelos britânicos e só decidirá na próxima semana que a Pfizer cumpriu todos os protocolos de segurança e de determinação da eficácia. Mas, como o Reino Unido fez o Brexit e deixou a União Europeia, não tem poder sobre isso.

Seja como for, o processo começará em pequena escala, pois a disponibilidade inicial é de 800 mil doses e a imunização se restringirá ao pessoal da área de Saúde e aos idosos de mais de 80 anos. A vacina também não estará disponível em todo o Reino, porque vai ser aplicada apenas nos hospitais em que há estruturas de armazenamento capazes de manter o imunizante a -70°C.

Para nós, brasileiros, tudo indica que a espera por vacina será longa, porque este produto da Pfizer não tem pré-contratos de fornecimento para nós e foi, praticamente, descartado pelas autoridades sanitárias, em razão das dificuldades em ter câmaras frias com esta capacidade.

Estamos dependendo de vacinas que ainda não têm seus testes finalizados e uma delas, a Coronavac, que o Butantan desenvolve em parceria com os chineses, contando com uma evidente antipatia do Governo Federal e da Anvisa.

A boa notícia, porém, não impede que o mundo vá alcançar hoje a marca terrível de 1,5 milhão de mortos e a maior quantidade de vítimas fatais desde o início da pandemia, devendo atingir mais de 13 mil mortes em 24 horas.