Rejeitada pela militância, Marta é descartada como candidata do PT à prefeitura de SP. Por José Cássio

Atualizado em 21 de outubro de 2019 às 21:15
Marta

Nem Marta Suplicy, que recebeu elogios de Lula na semana passada, nem Jilmar Tatto, que controla o partido na capital: o deputado federal Alexandre Padilha será o candidato do PT à prefeitura de São Paulo no ano que vem.

O martelo foi batido neste domingo, 20, durante a Convenção que definiu os novos presidentes dos diretórios estaduais do partido.

Mesmo tendo sido citada por Lula, Marta não conseguiu se viabilizar por um motivo simples: é odiada no PT.

Ninguém no partido, sobretudo na militância, aceitou a traição cometida contra Dilma, quando a então senadora referendou o golpe e votou pelo impeachment da ex-presidente.

O gesto de Lula – disse que se ela quisesse voltar as portas estão abertas – acabou servindo como uma oportunidade para atrair a ex-prefeita para a formação de uma frente de esquerda na principal cidade do país.

Jilmar Tatto será convidado a assumir o cargo de tesoureiro do diretório nacional após a Convenção de 20 e 21 de novembro que vai referendar o nome da deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) na presidência. Vai ficar com a vaga hoje ocupada pelo deputado estadual (SP) Emidio de Souza.

Alexandre Padilha é a terceira tentativa de Lula para emplacar um candidato competitivo dentro do PT para concorrer à prefeitura. Primeiro, o ex-presidente sugeriu Aloizio Mercadante, que não aceitou. O mesmo ocorreu com o ex-ministro José Eduardo Cardoso.

Médico pela Unicamp, Padilha tem 51 anos. Foi secretario de Relações Institucionais e ministro da Coordenação Política de Lula. No governo de Dilma Housseff, foi ministro da Saúde, e também comandou a mesma pasta na gestão de Fernando Haddad na prefeitura.

Em 2014, concorreu ao Governo de São Paulo e terminou em terceiro lugar, atrás de Geraldo Alckmin (PSDB) e Paulo Skaf (MDB).