
O deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), relator do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que recomendou a cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) por agressão, já agrediu uma pessoa no Congresso. Magalhães propôs a perda de mandato do carioca que, em abril de 2024, revidou as provocações de Gabriel Constenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), com um pontapé.
Em 2001, o agora relator do caso de Glauber agrediu o jornalista e escritor Maneca Muniz na Câmara, após o lançamento de um livro com denúncias contra seu tio, o então senador Antonio Carlos Magalhães (ACM).
Na época, ele não sofreu punições e seguiu sua carreira política, chegando hoje ao sétimo mandato consecutivo. O caso foi capa do jornal O Globo, em 5 de abril de 2001, com a manchete: “Socos e pontapés na Câmara. Deputado baiano agride jornalista para defender ACM”.
Antes da agressão, Glauber questionou Costenaro sobre uma acusação de violência doméstica envolvendo o militante, que também é suspeito de invadir a Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 2023 e agredir uma funcionária.
O vídeo do confronto mostra o deputado perdendo a paciência após ser provocado repetidamente, em uma estratégia comum do MBL de incitar reações para depois se apresentar como vítima nas redes sociais.
Na abordagem, Costenaro também chamou a mãe de Glauber, Saudade Braga, ex-prefeita de Nova Friburgo, de “corrupta” e “safada”. A mãe do parlamentar, que estava doente na época, faleceu 22 dias após o ocorrido.
Conhecido por aparecer em eventos da esquerda para provocar conflitos e viralizar nas redes, Costenaro já havia usado táticas semelhantes para se projetar como candidato a vereador no Rio de Janeiro pelo Partido Novo em 2023, quando recebeu pouco mais de 12 mil votos, sem se eleger.
? Glauber Braga chama Kim Kataguiri de “defensor do nazismo” e seguranças separam briga pic.twitter.com/BL8NBTtPEJ
— UOL Notícias (@UOLNoticias) April 16, 2024
O relatório de Magalhães
Na última quarta-feira (2), Paulo Magalhães apresentou um parecer favorável à cassação de Glauber Braga, argumentando que o deputado quebrou o decoro parlamentar ao recorrer à violência.
“Com base nas evidências reunidas no processo, fica claro que o representado ultrapassou os limites do seu mandato, abusando das prerrogativas parlamentares. Diante disso, é necessário reconhecer que suas ações configuram conduta passível de punição, sendo apropriada, neste caso, a perda do mandato”, afirmou Magalhães.
A recomendação ainda será votada pelos membros do Conselho de Ética. Se aprovada, a cassação precisará ser confirmada pelo plenário da Câmara, com pelo menos 257 votos favoráveis.
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