
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ficou irritado com o relatório da Polícia Federal (STF) sobre a confusão no aeroporto de Roma envolvendo sua família e uma família do interior de São Paulo.
O relatório concluiu que o empresário Roberto Mantovani Filho cometeu crime de “injúria real” contra Alexandre Barci de Moraes, filho do magistrado. Não houve indiciamento no caso.
Segundo aliados do ministro ouvidos pelo colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, Moraes se irritou não só com o que considera “vazamento”, mas também com o teor do documento.
No documento, assinado pelo delegado Hiroshi de Araújo Sakakai, a corporação disse que não pediu o indiciamento de Mantovani por ser um crime de menor potencial ofensivo e por ter ocorrido fora do Brasil. O episódio ocorreu em julho do ano passado.
“Portanto, os elementos informativos obtidos atestam, de modo suficiente, a materialidade e autoria do crime de injuria real, cometido por ROBERTO MANTOVANI FILHO (sic) em face de ALEXANDRE BARCI DE MORAES (sic). Todavia, deixo de proceder ao indiciamento, em virtude da previsão contida no art. 99, § 20, da Instrução Normativa n° 255-DG/PF, de 20 de julho de 2023 (Instrução Normativa que regulamenta as atividades de polícia judiciária da Policia Federal), que veda o indiciamento por crime de menor potencial ofensivo”, disse o delegado no relatório.
Segundo o documento, as imagens do aeroporto não têm áudios, ‘o que compromete a plena elucidação dos fatos, sobretudo em razão de a maior parte das divergências entre as duas versões apresentadas recair sobre o que foi dito pelos envolvidos na ocasião”.
“Por todo o exposto, restam encerrados os trabalhos de policia judiciária, remetendo-se os autos para apreciação e demais providências que se entendam pertinentes, permanecendo este órgão policial à disposição”, conclui.
Para os aliados de Moraes, o relatório da PF diminui as chances de o Ministério Público Federal (MPF) denunciar a família Mantovani pelo caso. O inquérito tramita no STF e é relatado pelo ministro Dias Toffoli.