
O Tribunal de Contas da União (TCU) faz um levantamento para apurar a lista completa de todos os presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em viagens no exterior durante os quatro anos de governo. O órgão deve finalizar o relatório até o fim de setembro e expor itens que até agora não foram declarados. A informação é do Estadão.
O levantamento está quase finalizado e deve gerar mais provas do hábito de Bolsonaro de guardar objetos de alto valor para si mesmo, além da revenda e recompra de outras peças. O TCU ainda desconhece o total de presentes, mas acredita que há mais relógios e outras joias valiosas não declaradas.
Até o fim do mandato de Bolsonaro, somente três ministros devolveram presentes recebidos: Onyx Lorenzoni (Casa Civil e Ministério do Trabalho), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Carlos França (Relações Exteriores).
Assessores que trabalharam na operação para trazer presentes ao Brasil afirmam que a ideia era que o diplomata carregasse os itens e os levasse para Brasília, mas o funcionário do Itamaraty se recusou. De volta ao Brasil, ele consultou a Comissão de Ética da Presidência e foi informado que não poderia ficar com os itens. França devolveu o relógio que estava com ele e avisou os demais ministros.
Na semana passada, o ex-presidente anunciou que vai tentar reaver as joias entregues ao TCU. Seu advogado, Paulo Cunha Bueno, afirmou que vai alegar que elas pertencem a Bolsonaro. A ideia é, na verdade, uma manobra jurídica para judicializar o tema e tentar obter uma liminar favorável de um juiz bolsonarista em primeira instância.