A cantora Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos, em decorrência de complicações de um câncer no intestino. A informação foi confirmada pela assessoria da artista e pela coluna de Fábia Oliveira, do Metrópoles.
Preta foi diagnosticada com um tumor maligno no reto em janeiro de 2023, após buscar atendimento médico por conta de um incômodo. O diagnóstico foi de adenocarcinoma, tipo agressivo que pode afetar diferentes órgãos. A cantora iniciou o tratamento imediatamente com quimioterapia e, ainda no primeiro semestre daquele ano, enfrentou uma sepse durante o quinto ciclo, e passou 20 dias na UTI. Ela ficou inconsciente por quatro horas e precisou ser reanimada.
Em agosto de 2023, Preta passou por uma histerectomia total abdominal para retirar o tumor. Após a cirurgia, usou uma bolsa de ileostomia temporária por três meses. Em novembro, fez novo procedimento para reconstruir o trato intestinal e retirar a bolsa. No mês seguinte, ela celebrou o fim do tratamento e anunciou, em vídeo nas redes sociais, que estava curada. “Venci o câncer do intestino!”, disse na ocasião.
Apesar da remissão, a cantora sabia que teria de seguir sob observação pelos cinco anos seguintes. No entanto, em agosto de 2024, veio a notícia da recidiva: o câncer havia retornado com metástases em quatro regiões — dois linfonodos, o peritônio e o ureter. Em setembro, ela precisou amputar o reto como parte do novo protocolo terapêutico.
Diante da ineficácia do tratamento no Brasil, Preta buscou atendimento nos Estados Unidos. Em dezembro de 2024, passou por uma cirurgia de 21 horas em Washington para retirada dos tumores. Após o procedimento, foi mantida sedada e seguiu internada até o início de 2025. Naquele período, ela passou a usar uma bolsa de colostomia definitiva.
Mesmo com o agravamento do quadro, a artista seguiu se tratando com o objetivo de manter qualidade de vida. Em suas redes sociais, manteve os fãs informados sobre cada etapa da jornada, com otimismo e coragem, que eram marcas registradas de sua personalidade forte.
Carreira e legado
Preta Maria Gadelha Gil Moreira nasceu em 8 de agosto de 1974, no Rio de Janeiro. Criada em um lar cheio de música, foi filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, era também sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa. Lançou seu primeiro álbum, Prêt-à-Porter, em 2003, e ao longo da carreira se destacou não só como cantora, mas também como atriz, apresentadora e empresária. Fundou a agência Music2Mynd, voltada para o mercado de influência e entretenimento.
Nas redes, Preta Gil ficou conhecida por sua postura combativa, ativismo por causas sociais e pela forma corajosa como lidou com a doença, expondo as fragilidades do tratamento oncológico sem abrir mão da vida pública e da arte.
De acordo com sua biografia, publicado no seu site oficial, quando criança Preta foi “atenta a tudo aquilo que estava a sua volta. Cresceu em meio a muitas cores, sabores e estímulos daquilo que poderíamos chamar de ‘geleia geral’ da cultura musical das últimas três décadas.”
Dos palcos ao trio elétrico
Não há como pensar em Preta Gil sem lembrar dela em cima de um trio elétrico, com roupas coloridas, chamativas e com um sorriso estampado no rosto como principal acessório. O Bloco da Preta começou como uma turnê que tomou as ruas do Rio de Janeiro no Carnaval de 2009.
Participação na turnê de despedida do pai
Em abril deste ano, Preta Gil fez uma participação especial na turnê de despedida de seu pai, Gilberto Gil. Allianz Parque, em São Paulo, a cantora e o ícone da Tropicália emocionaram ao cantar ‘Drão’, hit escrito por Gil para a mãe de Preta, Sandra Gadelha.
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