Reparação: Nova York pretende indenizar descendentes de pessoas escravizadas

Atualizado em 24 de dezembro de 2023 às 9:35
Protestantes do Black Lives Matter em nova York. Foto: Reprodução

O estado de Nova York iniciou um esforço para abordar a história da escravidão e do racismo ao estabelecer uma série de ações destinadas a avaliar reparações para descendentes de pessoas escravizadas. A ação tem o intuito de enfrentar o legado da injustiça racial no local.

Na última semana, a governadora Kathy Hochul assinou um projeto de lei que confere a uma comissão a responsabilidade de estudar não apenas a história da escravidão, proibida em Nova York em 1827, mas também seus impactos subsequentes na discriminação habitacional, policiamento, desigualdade de renda e encarceramento em massa.

Nova York, unindo-se à Califórnia e Illinois, está na vanguarda dos esforços de reparações nos Estados Unidos. Não foi determinado que tipo de restituição, seja em dinheiro ou não, a comissão recomendará para os descendentes de pessoas escravizadas.

Na Califórnia, um déficit orçamentário de vários bilhões de dólares ameaça complicar o projeto de reparações, evidenciando a discrepância entre os objetivos do estado e a realidade fiscal do governo estadunidense.

Kathy Rochul, governadora de Nova York. Foto Divulgação/Governo de Nova York

Hochul comentou sobre as ressalvas associadas à palavra ‘reparações’, desafiando os nova-iorquinos a refletirem sobre o significado e a necessidade de discutir o assunto.

Uma força-tarefa de nove membros, nomeada pela governadora e pelo Legislativo estadual, produzirá um relatório com recomendações não vinculativas para corrigir séculos de discriminação. A partir de então, legisladores poderiam aprovar leis para implementá-las.

Hochul reconheceu as difíceis negociações pela frente, admitindo preocupações iniciais com o projeto de lei. A governadora também reconheceu os riscos políticos de abordar injustiças históricas, mas concluiu que opor-se ao racismo exigiria mais do que um simples pedido de desculpas 150 anos depois.

A assinatura do projeto de lei contou com a presença de líderes políticos negros do estado, e a governadora expressou esperança de que o processo de reparação iniciado pelo projeto de lei possa começar a curar as feridas causadas pela injustiça racial.

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