Os leitores do DCM acompanharam um streaming ao vivo da manifestação dos secundaristas no Rio de Janeiro contra a reforma do ensino médio e pedindo a saída do Temer.
O protesto começou com um evento marcado no Facebook.
Acompanhei o ato a partir do Largo do Machado no sentido Laranjeiras. Era um grupo pequeno e com coragem para parar uma das principais vias de acesso da Zona Sul.
Num certo momento, quando comecei a me preparar para filmar, um policial se aproximou e começou a me perguntar se eu era um dos organizadores do movimento.
Ao responder que não, ele me avisou que eu não poderia ficar na frente da manifestação e que eu teria que ir para a parte de trás.
Avisei a ele que estava filmando e que era da imprensa. Ao falar isso ele me pediu a carteira de jornalista e perguntou para que veículo eu trabalhava.
Respondi que era do DCM. Ele anotou, abriu seu celular, entrou no site e não falou mais nada comigo.
Comecei a transmissão. Os PMs pareciam preocupados com a segurança do povo. Até tiraram selfies com os manifestantes, o que estava relativamente bonito de ver.
Porém, passados alguns minutos (13:40 mostra o momento), fui abordado pelo mesmo policial chamado Lanna, que me ameaçou de levar para a delegacia porque eu estava atrapalhando o serviço dele.
Além disso, se colocou à minha frente, tapando minha visão, e tirou uma foto de mim, numa típica manobra para me intimidar.
Saí dali imediatamente.
Sou mineiro, morei em São Paulo por dez anos e conheço bem a PM paulista, mas a carioca me dá medo, fato.
Em um dado momento em que ele me ameaçava, um estudante falou para mim (está na gravação) que o soldado estava provocando outros estudantes.
A intenção era causar uma confusão — e ter mais um motivo para descer o cacete a torto e a direito. Eis o Brasil do Temer.