Representante de SP no CFM diz que Mais Médicos “é comunismo e morar no c* do mundo”

Atualizado em 8 de agosto de 2024 às 13:51
O senador bolsonarista Eduardo Girão e o médico Francisco Cardoso, defensor da cloroquina

Francisco Cardoso, representante de São Paulo no Conselho Federal de Medicina (CFM), foi eleito para o cargo num pleito controverso. Por conta de acusações de irregularidades, a eleição acabou sendo investigada pela Polícia Federal.

Não é a primeira polêmica envolvendo o infectologista paulistano. Em 3 de agosto, em conversa no X, o médico criticou o programa Mais Médicos, acusando a iniciativa de ser “comunismo” e de obrigar os profissionais a “morar no c* do mundo”.

Uma usuária interpelou Cardoso, dizendo que precisa ir até Campinas (SP), se precisa consultar um pneumologista e que muita gente no interior quer estudar medicina e se formar na profissão.

“Em qualquer lugar do mundo, quem mora no interior tem que se deslocar para achar especialistas. Mais Médicos é discurso comunista para vulgarizar a profissão”, disse Cardoso sobre um dos mais importantes e inclusivos programas de saúde do mundo.

Cardoso, representante do CFM em SP

“Bloqueei a toupeira que acha que médico tem que morar no c* do mundo onde ela mora e atender de graça”, acrescentou o médico.

Bolsonarista assumido, Cardoso ganhou notoriedade ao defender o uso de cloroquina para tratar a covid-19 durante a CPI da Covid no Senado. Em junho de 2021, ele afirmou que “de todos os remédios testados, o que apresentou o melhor desempenho foi a cloroquina”, contrariando as orientações da OMS.