Representante de Trump já está a caminho e avisa: quer oportunidade no Brasil para negócios de “defesa”

Atualizado em 29 de dezembro de 2018 às 11:29
Jair Bolsonaro presta continência à bandeira dos Estados Unidos em Miami, nos Estados Unidos / Reprodução

Enquanto Trump cancela o descanso na Flórida e avisa que permanecerá em Washington, seu representante na posse de Bolsonaro já está a caminho do Brasil.

É o secretário Mike Pompeo. 

Em comunicado, a pasta que ele chefia, o Departamento de Estado, afirmou que o presidente eleito é “um líder que já expressou interesse em relações mais estreitas com os Estados Unidos e nossos aliados regionais”.

Destaca também que quer estreitar parcerias com o Brasil.

“Nossa cooperação tem o potencial de tornar nossos países mais prósperos e mais seguros. Juntos, apoiaremos a democracia em todo o Ocidente”, aponta.

Para o Departamento, a presidência de Bolsonaro marca “um novo capítulo” que poderá apresentar uma “oportunidade histórica” para expandir as relações comerciais entre países, cuja corrente flutua em torno dos US$ 100 bilhões anualmente.

A nota relata uma das áreas em que os EUA pretendem atuar nessa nova era de parceria com o Brasil: defesa.

Leia-se: estratégia de guerra.

“Buscaremos aumentar o comércio e o investimentos entre nossos países, incluindo aumentar as oportunidades para negócios norte-americanos nas áreas de tecnologia, defesa e agricultura.”

O Brasil concorre com os EUA na área de agricultura. Seriam abertas oportunidades para quem exatamente?

Também aplaude Bolsonaro pela hostilidade em relação à China.

“Aplaudimos o presidente eleito por defender a soberania brasileira em face às predatórias práticas da China em comércio e finanças”, afirma.

A China se tornou em 2017 o maior parceiro comercial do Brasil. Os EUA têm, naturalmente, interesse em atrapalhar o país nessa parceria.

Sobre a vitória no pleito presidencial em outubro, o Departamento de Estado avalia que os resultado “demonstra a estabilidade e a integridade das instituições democráticas no País”.

“Como as duas maiores democracias na região, nossa parceria é baseada em valores e compromissos compartilhados, como democracia, soberania das leis, segurança pública, educação e direitos humanos”, diz. “Os EUA vão trabalhar com o Brasil para dar suporte aos cidadãos da Venezuela, Cuba e Nicarágua, que estão lutando por liberdade contra regimes repressivos.”

Os EUA estão, claramente, querendo usar o Brasil para defender seus interesses.

O que Venezuela, Cuba e Nicarágua fizeram contra o Brasil para que o país se meta nas questões internas destes três países?

Cautela, Brasil!

O desastre Bolsonaro poderá ser ainda maior se as instituições brasileiras permitirem que o presidente eleito jogue a nação nestas aventuras.

Todos nós pagaremos a conta.