Representantes de EUA, Egito, Israel e Catar fazem reunião em Paris por trégua em Gaza

Atualizado em 28 de janeiro de 2024 às 19:27
Rafah, no sul de Gaza, é alvo de constantes bombardeios. Foto: Fatima Shbair/AP

As reuniões começaram neste sábado (27) e prosseguiram neste domingo. O presidente americano, Joe Biden, conversou durante o fim de semana com o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, sobre “os últimos acontecimentos em Israel e Gaza”, mas nenhum anúncio estava previsto, informou a Casa Branca.

Segundo o jornal New York Times, o acordo discutido em Paris negocia uma possível primeira trégua de 30 dias, que permitiria a libertação de mulheres e dos reféns mais idosos e feridos.

Durante o período, as duas partes negociariam uma segunda fase, que também teria duração de 30 dias e permitiria a libertação dos homens e dos soldados. Segundo o jornal, o acordo também incluiria a libertação de palestinos detidos em penitenciárias de Israel.

A guerra em Gaza começou em 7 de outubro com o ataque dos combatentes do Hamas, que mataram quase 1.140 pessoas, a maioria civis, e sequestraram quase 250 no sul de Israel, segundo um balanço baseado em dados oficiais israelenses.

Mais de 100 reféns foram libertados no fim de novembro durante uma trégua. De acordo com as autoridades israelenses, 132 permanecem retidos em território palestino e o governo acredita que 28 estão mortos.

Em resposta, Israel executa uma ofensiva aérea e terrestre que deixou pelo menos 26.422 mortos até o momento, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas.

Visitantes observam em Jerusalém fotos de reféns israelenses sequestrados no ataque de 7 de outubro do Hamas. Foto: Leo Correa/AP

A França anunciou neste domingo que não planeja fazer um novo pagamento à agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA na sigla em inglês) no primeiro trimestre de 2024, após acusações na sexta-feira de que funcionários podem estar envolvidos no ataque do Hamas em 7 de outubro.

“A França não planejou um novo pagamento no primeiro trimestre de 2024 e decidirá, quando chegar a hora, o que fazer em conjunto com as Nações Unidas e os principais doadores, garantindo que todos os seus requisitos de transparência e segurança da ajuda sejam levados em conta”, disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.

Referindo-se às acusações de “gravidade excecional”, Paris, que pagou € 60 milhões em ajuda à UNRWA em 2023, diz que vai esperar “pelas investigações lançadas nos últimos dias para esclarecer os fatos”.

Israel acusou na sexta-feira vários funcionários da UNRWA de participarem no ataque do Hamas em 7 de outubro em Israel. Os Estados Unidos anunciaram que encerrariam seu financiamento à UNRWA, assim como a Austrália, a Alemanha, Itália, Finlândia e Reino Unido.

Outros países, como a Suíça, aguardam mais informações antes de tomar uma decisão sobre seu apoio à UNRWA.

A agência respondeu às acusações demitindo os acusados e prometendo uma investigação completa e, se comprovado, um processo, mas Israel anunciou sua decisão de proibir a agência de continuar a trabalhar em Gazaapós a guerra.

Originalmente publicada em RFI

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