Ressentido, racista e homofóbico: a biografia que Nelson Piquet deixará

Atualizado em 9 de março de 2023 às 17:03
Nelson Piquet quando foi chofer de Bolsonaro em ato golpista, em 7 de setembro de 2021

Nelson Piquet foi um piloto excepcional e nenhum fã de automobilismo é maluco de falar o contrário. Tricampeão mundial de Fórmula 1, ele foi ótimo no volante, mas infelizmente, a sua conduta é proporcionalmente ridícula fora das pistas.

O ex-piloto, que recentemente teve sua condenação pedida pelo Ministério Público do Distrito Federal por suas declarações racistas e homofóbicas contra o piloto britânico Lewis Hamilton em novembro de 2021, mostra uma conduta, no mínimo, inadequada e não é de hoje. Inclusive com Hamilton.

A rivalidade da família Piquet com o hoje heptacampeão mundial vem desde 2006, ano em que o britânico conquistou o título da GP2, então categoria de acesso à Fórmula 1, em uma disputa contra Nelsinho Piquet, filho do tricampeão.

O termo “neguinho” para Hamilton já era usado ali por Piquet, que ficou especialmente furioso com Hamilton após uma corrida em Silverstone, na Inglaterra, onde Hamilton com uma ultrapassagem espetacular, tirou Nelsinho da pista. Nelson, o pai, nunca perdoaria o inglês.

Ressentido como pai, Nelsinho Piquet também dá suas cutucadas em Hamilton. Banido da Fórmula 1 após uma revelação de um esquema de manipulação em uma corrida de 2008 pela equipe Renault em Singapura, Nelsinho, como se tivesse alguma moral para alguma coisa, ironizou Hamilton após o inglês perder o título de 2021 da F-1 para o holandês Max Verstappen, piloto atual do grid que também coleciona falas problemáticas e inadequadas e, olha só, cunhado de Nelsinho e genro de Nelson.

Piquet coleciona declarações inadequadas desde a época de piloto. Ressentido como sempre foi, nunca teve uma boa relação com os veículos de imprensa e sempre puxava discussões com outros pilotos, em especial com dois destes rivais, o britânico Nigel Mansell e o seu compatriota Ayrton Senna, com o qual chegou até a fazer insinuações maldosas e homofóbicas sobre sua sexualidade em 1987.

Após encerrar a carreira nas pistas, esse ressentimento continuou. Sempre grosseiro, mal educado e com falas racistas e homofóbicas, o ex-piloto jogou sua biografia ainda mais no lixo ao se aliar ao bolsonarismo nos últimos 4 anos. Em 2018, durante um evento da empresa que preside, a Autotrac, chegou a dizer para uma plateia animada: “Quem é o viado aqui que vai votar nesse PT?”.

O alinhamento ao bolsonarismo, aliás, se explica por sua empresa, que travou uma batalha com a União para não pagar contribuições previdenciárias que não recolheu para seus funcionários. Por essa dívida, mantida em sigilo pelas autoridades, Piquet se sujeitou até a tirar um bico como Uber do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ressentido, mal-educado, homofóbico e racista. Talvez isso esteja na biografia de Nelson Piquet antes de suas conquistas nas pistas, que não foram poucas. E é assim que ele deve ser conhecido mesmo.

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