
O governo Lula ganhou novo fôlego nas pesquisas após registrar melhora justamente em sua base mais fiel: os mais pobres e os moradores do Nordeste. Levantamentos do Ipsos-Ipec e do Datafolha, divulgados na última sexta-feira (12), confirmaram uma curva positiva, em linha com o que a Genial/Quaest já havia identificado em agosto.
O Ipsos-Ipec mostra que a aprovação de Lula subiu de 39% em junho para 44% em setembro. No Nordeste, o índice avançou sete pontos e chegou a 63%. Entre quem ganha até um salário mínimo, 54% aprovam o governo, contra 40% que desaprovam. Já entre os que recebem de um a dois salários, há empate em 47%. Esses estratos, que haviam demonstrado afastamento no início do ano, agora voltam a dar respaldo ao presidente.

O Datafolha também trouxe sinais de recuperação. Pela primeira vez em 2025, a pesquisa registrou empate entre aprovação e desaprovação, ambas em 48%. O percentual de avaliação positiva (ótimo/bom) subiu de 29% em julho para 33% em setembro. No Nordeste, a aprovação passou de 38% para 45%, e entre quem recebe até dois salários mínimos, de 34% para 39%.
A melhora ocorre após um período de desgaste provocado pela inflação dos alimentos e pela crise do Pix. Agora, com a queda nos preços, a percepção do eleitorado começa a mudar.
O IPCA de agosto trouxe deflação de 0,11%, a primeira do ano, puxada principalmente pelos alimentos. Em três meses, a comida acumulou recuo de 0,91%, revertendo a alta que marcou o ano passado e o início de 2025.
A Genial/Quaest apontou essa virada em agosto: o percentual de eleitores que sentiram aumento no preço dos alimentos caiu de 76% para 60%, enquanto os que notaram queda subiram de 8% para 18%. O impacto direto no bolso dos mais pobres é visto como decisivo para a recuperação da popularidade de Lula.