
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou, no último domingo (16), imagens de uma viagem ao Bahrein, no Oriente Médio, onde se reuniu com o sheikh Khaled bin Hamad Al-Khalifa, integrante da família real do país.
A visita ocorreu apenas um dia depois de a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir, por unanimidade, transformá-lo em réu pela articulação realizada nos Estados Unidos para tentar interferir no julgamento do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado por tentativa de golpe de Estado.
Nas redes sociais, Eduardo classificou o encontro no Bahrein como uma “satisfação imensa” e afirmou ter feito novas amizades durante a passagem pelo país.
Segundo ele, Khaled Al-Khalifa “carrega uma energia diferente, humildade verdadeira, visão positiva e a capacidade de inspirar todos ao redor”.
O deputado divulgou diversas fotos, incluindo registros em que aparece portando armas, e afirmou que reencontrar o sheikh “renova a alma”, além de destacar a importância de “boas alianças e boas companhias”. Ele encerrou o texto com um agradecimento em árabe: “Shukran djazeera, sadiki”.
🇧🇭 Satisfação imensa reencontrar meu amigo, Sheikh Khaled bin Hamad Al-Khalifa , e fazer novas amizades no Oriente Médio
Algumas pessoas carregam uma energia diferente, humildade verdadeira, visão positiva e a capacidade de inspirar todos ao redor. Ele é uma delas
Rever amigos… pic.twitter.com/LdEB8XZRBy
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) November 17, 2025
Eduardo agora é réu
Com o voto da ministra Cármen Lúcia, proferido no sábado, a Primeira Turma consolidou unanimidade para aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Alexandre de Moraes, relator do caso, abriu o julgamento em plenário virtual votando pelo recebimento da acusação, seguido por Flávio Dino. O ministro Cristiano Zanin votou na sequência, garantindo maioria para que Eduardo responda criminalmente por coação no curso do processo. O julgamento segue aberto até 25 de novembro.
No voto que abriu a análise, Moraes afirmou que “há prova da materialidade e indícios razoáveis e suficientes de autoria nas condutas de Eduardo Nantes Bolsonaro”.
Segundo ele, o deputado articulou ações contra o Brasil em território estadunidense, incluindo a tentativa de pressionar autoridades com medidas como tarifas comerciais sobre produtos nacionais, suspensão de vistos e aplicação da Lei Magnitsky, sanção que o próprio ministro sofreu. Para Moraes, essas investidas configurariam “grave ameaça” às instituições e tinham como objetivo interferir diretamente no andamento da ação penal de Bolsonaro.
A denúncia se baseia no artigo 344 do Código Penal, que trata do crime de coação no curso do processo. A pena varia de um a quatro anos de reclusão, além de multa, podendo ser ampliada por condutas reiteradas.
O inquérito que envolve Eduardo também inclui o ex-presidente, que teve a prisão decretada por descumprir medidas cautelares e atualmente cumpre regime domiciliar enquanto aguarda o início da pena de 27 anos e três meses imposta pelo STF.