10% mais ricos do Brasil ganham quase 59% da renda nacional total

Atualizado em 7 de dezembro de 2021 às 11:30
Favela e bairro nobre ao fundo
Desigualdade no Brasil.
Foto: Celso Tavares/G1

Dados do relatório World Inequality Lab (Laboratório das Desigualdades Mundiais), que integra a Escola de Economia de Paris, mostram que o Brasil segue sendo um dos países com maior desigualdade social e de renda do mundo.

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Codirigido pelo economista francês Thomas Piketty, autor do bestseller O Capital no Século 21, o novo Relatório sobre as Desigualdades Mundiais é o segundo realizado desde 2018 e contou com a colaboração de mais de cem pesquisadores internacionais.

O Brasil é citado como “um dos países mais desiguais do mundo”. Segundo o estudo, a discrepância de renda no país “é marcada por níveis extremos há muito tempo”.

Alguns dados do relatório ajudam a demonstrar por que a desigualdade de renda e patrimônio atinge números assustadores no Brasil.

10% mais ricos do Brasil recebem quase 59% da renda nacional total

O grupo que abrange os 10% mais ricos do Brasil, com renda de 81,9 mil euros, representa 58,6% da renda total do país. De acordo com o estudo, as estatísticas indicam que essa fatia da população sempre ganhou mais da metade da renda nacional.

Em comparação com outros países altamente desiguais, o Brasil fica para trás. Nos Estados Unidos, os 10% mais ricos ganham 45% da renda geral. Na China, esse índice é de 42%. Na Europa, fica entre 30% e 35%.

O 1% mais rico no Brasil, que possui uma média de renda de 372 mil euros (quase R$ 1,2 milhão), recebe mais de um quarto (26,6%) dos ganhos nacionais.

Os números do relatório são calculados com base na paridade do poder de compra.

É nada mais que uma métrica que compara as moedas de diferentes países por meio de um índice que mensura o poder de compra.

1% dos mais ricos detêm 38% de toda a riqueza produzida em 26 anos

Um grupo de 520 mil bilionários, que fazem parte do 0,01% mais rico, detém 11% da riqueza global. Esse número correspondia a 7% em 1995, diz reportagem de Vitor da Costa no Globo. Os ricos aumentaram a desigualdade.

Desde 1995, o 1% mais rico capturou 38% da riqueza global produzida no período, enquanto os 50% mais pobres ficaram com apenas 2% desse montante.

A pandemia da Covid-19 serviu para intensificar um fenômeno que ocorre há décadas: a concentração de riqueza no mundo.

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