
Nos bastidores, ministros do governo Lula têm comemorado a melhora na avaliação do governo após a ofensiva da esquerda contra Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados. O Palácio do Planalto tem visto um resultado benéfico em “trackings”, pesquisa internas, na visão sobre o presidente e a gestão.
Essas pesquisas, realizadas por bancos e não registradas oficialmente, circulam de forma confidencial entre os assessores presidenciais. A melhora na avaliação do governo, segundo alguns ministros, seria consequência de uma estratégia adotada pelo PT e pelo próprio Lula, que se baseia na retórica do “ricos versus pobres”.
“Uma semana de campanha funcionou. A oposição deu um presente para o governo”, disse um ministro, sob condição de anonimato, à coluna de Igor Gadelha no Metrópoles. A análise interna sugere que o Planalto conseguiu reverter um cenário que inicialmente parecia desfavorável.
Esses resultados de “trackings”, embora reveladores, não costumam ser divulgados ao público, já que são realizados para consumo interno e não têm caráter oficial. Uma pesquisa da Quaest também apontou que o governo conseguiu uma vitória sobre o Congresso Nacional em meio à guerra sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas redes sociais.

O tema virou pauta em maio, quando o governo editou um decreto aumentando o IOF e apontou que a arrecadação seria necessária para reforçar receitas e manter os gastos no novo arcabouço fiscal.
Atendendo ao mercado, Câmara e Senado aprovaram, de forma simultânea, um projeto para derrubar o aumento do IOF.
Nesta sexta (4), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu as duas medidas e determinou que representantes do Executivo e do Legislativo participem de uma audiência de conciliação no próximo dia 15 para resolver o impasse.