“Ricos x pobres”: governo Lula vê vitória sobre Motta em pesquisas na guerra do IOF

Atualizado em 4 de julho de 2025 às 14:38
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente Lula. Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

Nos bastidores, ministros do governo Lula têm comemorado a melhora na avaliação do governo após a ofensiva da esquerda contra Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados. O Palácio do Planalto tem visto um resultado benéfico em “trackings”, pesquisa internas, na visão sobre o presidente e a gestão.

Essas pesquisas, realizadas por bancos e não registradas oficialmente, circulam de forma confidencial entre os assessores presidenciais. A melhora na avaliação do governo, segundo alguns ministros, seria consequência de uma estratégia adotada pelo PT e pelo próprio Lula, que se baseia na retórica do “ricos versus pobres”.

“Uma semana de campanha funcionou. A oposição deu um presente para o governo”, disse um ministro, sob condição de anonimato, à coluna de Igor Gadelha no Metrópoles. A análise interna sugere que o Planalto conseguiu reverter um cenário que inicialmente parecia desfavorável.

Esses resultados de “trackings”, embora reveladores, não costumam ser divulgados ao público, já que são realizados para consumo interno e não têm caráter oficial. Uma pesquisa da Quaest também apontou que o governo conseguiu uma vitória sobre o Congresso Nacional em meio à guerra sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas redes sociais.

Lula (PT) em evento com Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP). Foto: Gabriela Biló/Folhapress

O tema virou pauta em maio, quando o governo editou um decreto aumentando o IOF e apontou que a arrecadação seria necessária para reforçar receitas e manter os gastos no novo arcabouço fiscal.

Atendendo ao mercado, Câmara e Senado aprovaram, de forma simultânea, um projeto para derrubar o aumento do IOF.

Nesta sexta (4), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu as duas medidas e determinou que representantes do Executivo e do Legislativo participem de uma audiência de conciliação no próximo dia 15 para resolver o impasse.