
O Ministério Público revelou informações importantes sobre o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. De acordo com o MP, Élcio Queiroz, que confessou ser o motorista do carro utilizado no crime, afirmou, em delação premiada, que Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos, escolheu e pagou seus advogados para evitar uma possível delação.
A afirmação consta no pedido do órgão para a deflagração da operação que resultou na prisão de Élcio Queiroz e de outro suspeito, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel. Maxwell é apontado por Élcio como o responsável por fazer “campana” e seguir os passos de Marielle, além de levar o carro utilizado no crime para um desmanche.
Segundo o MP, o pagamento dos advogados por parte de Lessa “tinha o evidente objetivo de evitar com que Queiroz rompesse com os comparsas e viesse a se dissociar do Ronnie em sua tese defensiva”. Esses pagamentos seriam parte de uma mesada no valor de R$ 10 mil, destinada tanto aos advogados quanto à família de Élcio.
Além disso, o Ministério Público esclareceu que, após o acordo de delação de Élcio Queiroz, o advogado anteriormente designado para sua defesa foi substituído por outra advogada, responsável por firmar a delação premiada com as autoridades.

As investigações avançam no sentido de descobrir o mandante do crime, e o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a delação foi um importante passo para responsabilizar todos os envolvidos no assassinato ocorrido em 14 de março de 2018, quando o carro de Marielle e Anderson foi alvejado por 13 tiros de uma submetralhadora HK MP5. A vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça e o motorista por três, resultando na morte dos dois no local.
No depoimento, Élcio Queiroz revelou detalhes sobre a relação de amizade com Ronnie Lessa e sobre o momento do crime. Segundo ele, o objetivo era matar “apenas” Marielle, mas houve também a morte do motorista Anderson Gomes, que foi considerado um “efeito colateral” pelos milicianos. O caso segue sendo investigado para identificar o mandante do crime que chocou o país e repercutiu internacionalmente.