RS soma mais de 100 mortes com quatro tragédias climáticas em menos de 1 ano

Atualizado em 3 de maio de 2024 às 7:39
Ruas alagadas em Maratá (RS) após chuvas. Foto: reprodução

O Rio Grande do Sul enfrentou, em menos de um ano, quatro desastres climáticos, com três ocorrendo em 2023 nos meses de junho, setembro e novembro, resultando em 75 mortes. Com as demais tragédias e a recente dessa semana, o número total de mortes ultrapassa 100, conforme informações do G1.

Além das vítimas fatais e desaparecidos, 36 indivíduos ficaram feridos, e a Defesa Civil estima que cerca de 14,8 mil pessoas foram deslocadas de suas residências, com 4.645 alojadas em abrigos e 10.242 desalojadas, buscando refúgio com familiares ou amigos. O impacto se espalhou por 154 dos 496 municípios do estado, afetando aproximadamente 71,3 mil pessoas.

Junho de 2023

No desastre ocorrido entre os dias 15 e 16 de junho de 2023, identificado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) como um ciclone extratropical, cerca de 2 milhões de pessoas foram afetadas. O evento resultou em 16 mortes, deixou 3,2 mil pessoas desabrigadas e 4,3 mil desalojadas, com danos significativos em mais de 40 cidades.

Ciclone extratropical no Rio Grande do Sul deixa mortes, | Geral
Estragos causados por ciclone extratropical em Porto Alegre (RS). Foto: reprodução

A subida repentina das águas dos rios levou à tragédia, com pessoas perdendo suas vidas em afogamentos em suas próprias residências.

De acordo com Francisco Eliseu Aquino, chefe do Departamento de Geografia da UFRGS, as causas desse desastre foram um mês com temperaturas acima da média, seguido pela chegada de uma frente fria. As áreas mais afetadas foram a Região Metropolitana, o Litoral Norte e partes da Serra.

Setembro de 2023

As enchentes que ocorreram em setembro de 2023 resultaram em 54 mortes no Rio Grande do Sul, sendo considerado o maior desastre natural da história do estado até aquele momento, especialmente afetando o Vale do Taquari.

Imagens aéreas da enchente no Rio Taquari, em Lajeado (RS). Foto: reprodução

O evento teve início em 4 de setembro de 2023, originado de um sistema de baixa pressão vindo do Paraguai, e até agora, quatro pessoas permanecem desaparecidas.

Segundo o meteorologista da Climatempo, Gabriel Borges, há uma distinção entre o fenômeno ocorrido em setembro e o atual. O de 2023 foi gerado por um ciclone extratropical, com chuvas concentradas e rápidas acompanhadas de fortes rajadas de vento, ao contrário da situação atual, caracterizada pela persistência das chuvas.

Novembro de 2023

Dois meses após a tragédia que assolou o Vale do Taquari, uma nova ocorrência de grandes volumes de chuva resultou na morte de cinco pessoas.

A partir de 17 de novembro, pelo menos 28 mil indivíduos precisaram deixar suas residências devido aos transtornos causados pelo evento climático, principalmente nas áreas próximas ao Rio Taquari, na Serra e na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Rio Taquari estabiliza em Encantado - Grupo A Hora
Empresa Fontana S.A. de Encantado (RS) foi atingida por enchente. Foto: reprodução

Segundo Maria Angélica Gonçalves, responsável técnica pelo Núcleo de Informações Meteorológicas da Univates, esse fenômeno está associado à presença de sucessivas áreas de instabilidade e à passagem de frentes frias, que ocasionaram chuvas de intensidade um pouco menor.

“Mais uma vez o Vale foi afetado por cheias, já marcado por eventos de chuva excessiva, como nos meses de junho e setembro. Sem dúvida esses eventos são uma consequência do fenômeno El Niño que atuou em parte de 2023 e está atuando ainda no mês de maio de 2024”, afirma.

Maio de 2024

Os temporais que assolam o Rio Grande do Sul desde o dia 29 já resultaram em 32 mortes, conforme dados da Defesa Civil, em conjunto com órgãos locais como Corpo de Bombeiros, prefeituras e Brigada Militar. As regiões mais impactadas são as Central, dos Vales, Serra e Metropolitana de Porto Alegre.

Cheia do Rio Taquari no Rio Grande do Sul — Foto: Diego Vara/Reuters
Cheia do Rio Taquari no Rio Grande do Sul — Foto: Diego Vara/Reuters

Atualmente, há 60 pessoas desaparecidas e cerca de 14,8 mil desabrigados, dos quais 4.645 estão alojados em abrigos e 10.242 foram desalojados. Do total de 496 municípios do estado, 154 enfrentaram algum tipo de transtorno devido aos temporais.

Segundo Maria Angélica Gonçalves, o evento ocorrido em maio pode se tornar a maior enchente já registrada no Vale, superando as ocorridas em 1941 e 2023. Isso se deve à previsão de chuvas até o próximo sábado (4). Ela destaca que diversos fatores contribuem para a formação dessas chuvas extremas.

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