Ruralistas do Brasil, 518 anos depois da chegada de Cabral, continuam atacando os povos indígenas. Por Jean Wyllys

Atualizado em 23 de abril de 2018 às 7:23
Indígena em frente ao Congresso

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Na quinta-feira, em pleno dia dedicado à homenagem aos povos indígenas, a quem devemos grande parte da nossa cultura, nossos hábitos e culinárias típicas, o presidente da Fundação Nacional do Índio foi exonerado, a pedido – público, diga-se de passagem – da bancada ruralista, que reclama que a FUNAI não anda colaborando com os interesses do grupo.

Há cerca de 1 milhão de indígenas, divididos em 250 etnias, que ocupam 13,8% do território nacional em áreas de preservação ambiental que são também postas em risco pela pressão da bancada ruralista, que tenta, a todo custo e sem o menor constrangimento, eliminar aldeias, árvores e tudo o que existe além do solo a fim de ampliar áreas de cultivo e de pasto. Atendendo a pedidos anteriores, Temer chegou a decretar que mineradores (especialmente a filha de Jucá, seu braço direito) pudessem explorar um parque nacional protegido por lei. Os interesses ao qual este governo ilegítimo obedece estão claros e precisam ser combatidos!

As aldeias, cada vez mais prejudicadas pelos cortes de verbas da FUNAI, estão implementando modelos sustentáveis de exploração dos recursos naturais, como a venda de castanhas, cogumelos, pimentas e artesanatos, além do ecoturismo. Atividades que precisam ser incentivadas e devidamente orientadas, e que são muito mais importantes que a exploração predatória das áreas de mata. Provavelmente por incentivar a economia sustentável dessas comunidades é que Franklin tenha sido exonerado, afinal, em situação de miséria é muito mais fácil tomar as terras indígenas!

Todo o apoio aos povos indígenas! Fora Temer e sua quadrilha!

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PS: O novo ataque aos direitos dos povos indígenas aconteceu à véspera da data conhecida pela chegada da primeira expedição oficial portuguesa ao Brasil, em 1500.