Até os procuradores da extinta força-tarefa Operação Lava Jato reclamaram dos desmandos acima e ao arrepio da lei do ex-juiz Sergio Moro enquanto comandava as diligências e demais atividades dos processos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros réus que foram submetidos às ilegalidades da 13ª Vara Federal de Curitiba.
É o que mostra uma nova leva de conversas por aplicativo de celular entre procuradores do MPF-PR (Ministério Público Federal no Paraná) que foram analisadas pela Polícia federal na Operação Spoofing e apresentadas nesta segunda-feira (8) pela Defesa de Lula ao STF (Supremo Tribunal federal). O DCM teve acesso ao material.
Veja o trecho abaixo, em que Sergio Moro é tratado pelo rotineiro apelido de “Russo”:
A conversa acima se dá entre a procuradora Jerusa Viecili e o procurador Januário Paludo. Vale notar que a contrariedade dos dois membros da extinta Lava Jato é com o fato de Sergio Moro subverter a lei processual penal para seu benefício próprio e pessoal, em um motivo que nada tinha a ver com facilitações para que se condenasse qualquer réu que a força-tarefa e o juiz se esforçavam juntos para condenar.
Na petição que protocolou junto ao STF e à qual o DCM teve acesso, a Defesa de Luiz Inácio Lula da Silva não consegue deixar de expressar seu próprio espanto com as medidas antijurídicas do ex-juiz de Curitiba.
“Esse novo conjunto de mensagens encontradas reforça que o então juiz SERGIO MORO orientava e era consultado rotineiramente para a prática dos atos de persecução, notadamente em relação ao Reclamante (Lula).
O então juiz SERGIO MORO definiu até mesmo que prazos do MPF seriam cumpridos de forma antecipada para sua conveniência pessoal — revelando seu absoluto controle sobre o órgão acusador, de forma incompatível com o sistema acusatório.”