
A reunião entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump ainda não tem data e local definidos, mas interlocutores do governo brasileiro indicam que o encontro pode ocorrer em território neutro. Entre as opções estão Roma, onde o presidente participará de um evento da FAO em 13 de outubro, e Kuala Lumpur, na Malásia, onde estará no dia 23 para reunião da ASEAN. Trump também é esperado nesses compromissos internacionais. Com informações do Globo.
Outra possibilidade cogitada é um encontro nos Estados Unidos, em Washington, na Casa Branca, ou até em Mar-a-Lago, resort do presidente americano na Flórida. A escolha do local dependerá de fatores de agenda e de avaliações políticas feitas pelas equipes de ambos os governos.
Em Brasília, auxiliares de Lula avaliam que a aproximação foi motivada pelo tarifaço de 50% imposto pelos EUA a exportações brasileiras. O gesto de abertura de Trump é interpretado como resultado da pressão de empresários dos dois países e da atuação diplomática brasileira após o anúncio das sobretaxas.

Na avaliação de autoridades brasileiras, há preocupação com a forma como Trump pode tratar Lula, lembrando episódios em que o republicano teria colocado outros presidentes em situações delicadas, como o ucraniano Volodymyr Zelensky e o sul-africano Cyril Ramaphosa.
O movimento ocorre em meio a sanções aplicadas pelos EUA contra cidadãos brasileiros, incluindo Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O magistrado, considerado um dos principais alvos de aliados de Jair Bolsonaro, foi citado por membros do governo americano como motivo de tensão diplomática.
Pelo lado brasileiro, a articulação para o encontro tem como principais interlocutores o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o chanceler Mauro Vieira. O formato da reunião — se por telefone, bilateral presencial ou em evento multilateral — ainda depende de ajustes diplomáticos entre as duas equipes.