Saiba quais as 20 cidades e estados mais violentos do Brasil

Atualizado em 24 de julho de 2025 às 12:26
Policia militar. Foto: Divulgação

O município de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (CE), foi apontado como a cidade mais violenta do Brasil em 2024, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Com uma taxa de 79,9 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes, a cidade ultrapassou outros centros urbanos com histórico crítico de violência.

O levantamento considera municípios com mais de 100 mil moradores. A segunda cidade mais violenta é Jequié, na Bahia, com taxa de 77,6. Também aparecem na lista das cinco primeiras Juazeiro (BA), Camaçari (BA) e Cabo de Santo Agostinho (PE).

Dos 20 municípios com os piores índices, 16 estão no Nordeste. A Bahia, sozinha, abriga cinco das dez cidades com as maiores taxas de violência letal. O estudo leva em conta quatro categorias de crime: homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes provocadas por intervenção policial.

Ranking das cidades mais perigosas do Brasil. Foto: G1

Segundo o FBSP, a principal causa dos altos índices é a disputa territorial entre facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas, que se espalham por áreas urbanas em crescimento populacional acelerado e com baixa presença do Estado.

No ranking por estados, o Amapá aparece na primeira posição com uma taxa de 45,1 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes. Apesar disso, o estado apresentou queda expressiva em relação a 2023, quando a taxa era de 64,9.

Em seguida vêm Bahia (40,6) e Ceará (37,5). O estado de São Paulo segue com o menor índice do país: 8,2 mortes por 100 mil habitantes. Além dos dados de homicídios, o Anuário também apontou que 1 em cada 5 medidas protetivas urgentes concedidas pela Justiça foi descumprida pelos agressores.

Ranking dos estados mais perigosas do Brasil. Foto: G1

No campo da criminalidade patrimonial, o roubo e furto de celulares teve queda de 12,6%, mas ainda somou 917 mil aparelhos tomados em 2024. Sábados lideram como o dia da semana com mais furtos. Apenas 8% dos celulares roubados foram recuperados.

Outro dado que chama atenção é a redução drástica na liberação e fabricação de armas. O número de novas armas registradas caiu 79% de 2022 a 2024. Já a produção industrial de armamentos teve retração de 92,3% no mesmo período. Segundo o FBSP, a queda está diretamente ligada à mudança de governo e à reversão de políticas armamentistas implementadas na gestão anterior.

O investimento em segurança pública aumentou 6% neste ano, alcançando R$ 153 bilhões, somando recursos federais, estaduais e municipais. As prefeituras, sozinhas, ampliaram em 60% os aportes na área em comparação com 2021. Ainda assim, o Brasil enfrenta um déficit de 237 mil vagas no sistema prisional, que hoje abriga mais de 909 mil pessoas. Cerca de 13% dos detentos estão em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.

A violência também afetou diretamente o ambiente escolar. Rio Grande do Norte e Santa Catarina lideram o número de interrupções de aulas por episódios de violência no entorno de escolas ou creches. O Rio de Janeiro aparece em terceiro lugar. Casos de bullying e cyberbullying também aumentaram, com destaque para crianças a partir de 10 anos e adolescentes entre 14 e 17 anos como principais vítimas, segundo o levantamento nacional.